quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bom Senso FC





Como estou tentando movimentar os blogs novamente, escrever é necessário. Mais que isso, não consigo deixar de lado alguns temas espinhosos. O Bom Senso FC foi uma iniciativa bastante interessante, por isso será o tema da vez. Confesso que assim que soube da notícia, me enchi de esperança e senti uma pontinha de orgulho por ver que nossos jogadores de futebol estão saindo da inércia. Logo depois, esse sentimento foi dando lugar a uma série de dúvidas e muita curiosidade, além de não conseguir pensar nos desdobramentos naturais de cada uma das reivindicações.  Acredito que as propostas, pelo menos as principais, sejam pautadas num grande bom senso, mas ainda assim, a teoria e prática são separadas por um pequeno abismo.

Admito, fiquei bastante impressionado com a presença do Alex no grupo. Depois de ensaiar declarações desnecessárias e polêmicas, fazer parte de um grupo que, em tese, prima pelo bom senso, me deixou boquiaberto. Ao contrário do que Alex andou adubando por aí, o horário dos jogos não está no ‘filé’ das reivindicações, natural. Outro fato impressionante, e foi esse um dos que mais me deixou feliz, foi ver que existe algum tipo de união entre nossos jogadores. Em um cenário onde cada um cuida do seu, esse tipo de união acaba dando esperança ao amante do esporte bretão.

Os jogadores clamam por uma temporada mais curta e um número menor de jogos. Esse é o aspecto inicial das propostas, o número de jogos na temporada é um absurdo e por esse motivo, cada vez mais as lesões se multiplicam nessa fase do ano. Acho que esse pedido é bem razoável, os jogadores inclusive se escoram na ideia de que, com uma temporada mais enxuta, a qualidade dos jogos aumentará. Mesmo assim, é preciso parar para considerar alguns aspectos. Para esse caso especificamente, pesará contra a ideia deste ‘sindicato’ o fato de que os detentores dos direitos de transmissão reduzirão seus investimentos, no mínimo, proporcionalmente. Com menos dinheiro entrando, nossas estrelas topariam jogar por salários mais módicos e coerentes com uma ‘nova realidade’ dos clubes? Alguns falam no fim dos estaduais, eu sou contra. Mas acho que o modelo pode e deve ser revisto.

As principais ideias têm continuidade com a adequação do calendário brasileiro ao calendário europeu. Essa questão é complicadíssima. Primeiro, porque eu duvido que seja bom senso jogar durante os três meses do verão, creio que esse fator climático rapidamente geraria uma nova reivindicação por parte dos atletas, fisiologistas, treinadores etc. Segundo porque acho que jogar em temperaturas tão altas jogaria por terra o argumento inicial de melhoria na qualidade do futebol apesentado. Por fim, gostaria de saber se nossos atletas estão preparados para passar o recesso das festas de fim de ano comportando-se de modo profissional e não podendo curtir seus passeios de iate no verão da própria terra. Já fui muito a favor da adequação do calendário ao modelo europeu. Hoje em dia, analisando de forma mais fria, não sei se toparia, acho que nossas diferenças climáticas e culturais devem ser consideradas. Mesmo assim, é fundamental que se adaptem as janelas de transferência.

A questão das férias ininterruptas é bastante interessante. Primeiro porque sou plenamente a favor, segundo porque ela gera uma possibilidade muito grande de tropeço dentro das próprias propostas do grupo. Férias ininterruptas precisam ser um direito do jogador de futebol. Após uma temporada desgastante, acho fundamental que o jogador tenha um longo e ininterrupto período de descanso. O problema surge justamente se adaptarmos o calendário ao modelo europeu, ‘plotando’ um sobre o outro. A partir da adaptação do calendário, teríamos o mês de férias para junho. Consequentemente, a participação dos clubes em fase final da Libertadores acabaria fazendo com que as férias fossem rompidas/adiadas. Isso tudo, sem falar no intenso calendário de eventos esportivos de grande porte a serem realizados no país até 2016. Em minha opinião, essa questão só reforça a minha tese de que a adaptação do calendário ao modelo europeu não daria 100% certo.

Por fim, o último dos principais itens da lista, o tal do ‘fair play financeiro’. Confesso que achei o termo curioso. Talvez este seja o caso mais espinhoso de todos, pois engloba uma série de fatores. Sou completamente a favor do pensamento dos jogadores, de forma incondicional. Entretanto, para que isso ocorra, muitas mudanças e em diversas esferas e entidades precisam acontecer. Para que os clubes possam se comprometer decentemente com suas contas, o prolongamento da dívida dos clubes passa a ser um fator chave, até para o soerguimento financeiro dos que vêm tentando sanear seus problemas e dívidas. Acho que o alongamento do prazo para pagamento das dívidas deveria ser alongado com a mudança nos regulamentos, punindo de forma pesada os clubes que não cumprem com suas obrigações mínimas.  A adequação dos salários é uma solução viável, afinal, cada vez mais, nossos clubes pagam salários europeus a jogadores de futebol. Como contrapartida ao cumprimento das obrigações financeiras, os clubes deveriam, poderiam e provavelmente irão, passar a exigir uma postura mais profissional de nossos artistas da bola. O fair play moral, profissional ou comportamental seria cobrado da mesma forma.  

Com essas ideias juntas e sendo acatadas, será mesmo que nossos jogadores continuariam considerando uma boa ideia o fluxo natural de ajuste nos salários? Fico curioso quanto a isso. Não sei até que ponto o bom senso prevalecerá caso o bolso seja tocado. Torço para que dê certo. 

Birite: Red Stripe - Jamaicana

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

...em busca de equilíbrio...



Desde o apático jogo contra o Bahêa, o elenco Rubro-Negro vem conseguindo manter um rendimento um pouco mais regular. Como já adiantei em outros momentos, principalmente quando exalto a insana bipolaridade flamenga, não temos um time para cair. Ressaltei também, que com a ajuda da arquibancada (e se possível com ingressos mais baratos), podemos cumprir nossa meta de fuga do rebaixamento bem mais rápido que o imaginado.

Nosso elenco é limitado, mas não é ruim. Nosso time é jovem, mas consegue ser aplicado taticamente em grande parte da ‘Era Mano’. Por ser jovem demais, vejo dois efeitos imediatos: as oscilações que ocorreram até agora e a importância de jogadores mais experientes. 

Além de bela partida, André Santos deu experiência ao time no meio, fazendo uma companhia madura no meio de campo e não permitindo que o time se perdesse com o gol sofrido ou caindo na pilha da violência que os jogadores do Fluminense tentaram impor ao final do primeiro tempo.

No mais, um passeio tático e um Flamengo ainda mais interessante que o que se apresentou diante do campeão da Libertadores. A nota triste do jogo, fica por conta de mais um gol tomado ao apagar das luzes e em mais uma das já incontáveis falhas de Felipe nesse campeonato. Em minha humilde opinião, já que fica difícil negociá-lo, que pelo menos um banco ele pegue. Nada como a incerteza do amanhã para que a postura seja mais dedicada em busca de uma forma técnica ideal.

Para o jogo de logo mais, o delicioso Serra Dourada (um dos estádios que mais gosto no Brasil), enfrentaremos um Goiás aguerrido, organizado e invicto em seus domínios. Conhecendo a Nação, ouso afirmar que nesse jogo seremos os mandantes. Chicão fará sua estreia com o Manto, formando uma dupla com o terrível Wallace, e é preciso muita atenção ao gordinho Walter, que vem fazendo muitos gols. Tenho pra mim, que se o Goiás jogar buscando o resultado, o gramado grande do Serra Dourada possibilitará uma boa quantidade de contragolpes.

Estou torcendo muito para que o Mano consiga encontrar um modo de dar estabilidade ao time nos jogos de meio de semana. Se atingirmos essa estabilidade tão desejada com Elias (menino Cirilo) e André Santos na mesma voltagem e sintonia que no último domingo, nosso ano pode ser bem menos agitado. Cáceres pode voltar ao meio, tirando a vaga de Luiz Antônio, que vem jogando o fino. Não sei se faria isso, mas prefiro confiar no Belo trabalho que Mano vem desenvolvendo.


Birite: Amstel Pulse – Tanquila e levinha! Com a chapinha divertida!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O Poxetu, o Flu e o Profexô



Vanderlei Luxemburgo acabou sendo nomeado como o sucessor de Abel Braga no comando do Fluminense. Mesmo já tento estreado e tendo conseguido sua primeira vitória no Brasileirão, a desconfiança tricolor permanece, e por isso me senti no dever e no direito de vir dar meu palpite.

Não vou me alongar sobre o modo como Luxa foi escolhido. O que corre em toda a imprensa e até mesmo dentro das Laranjeiras, é que o técnico foi posto goela abaixo do presidente Peter Siemsem. Mais uma vez, Celso Barros mostra que mesmo sem assinar polpudos cheques na temporada, quem manda no clube ainda é ele! Fato é, que Luxa assumiu e tem mais de 70% do brasileirão pela frente.

Sou muito suspeito pra falar de Luxemburgo. Apesar de gostar do modo como ele tende a armar seus times. Dificilmente seus times jogam feio. Esse aspecto é um dos que ainda mantém esse cara em alta conta na minha humilde avaliação! O problema dele não é o talento pra montar um esquema equilibrado, eficiente e que não dê sono. O tempo passou e Luxa ganhou algumas peculiaridades em sua personalidade. E são essas peculiaridades que dificultam muito a sua volta ao topo, com a conquista de títulos expressivos.

Vanderlei notabilizou-se por conseguir ter bom trato com os jogadores, e falar o idioma do boleiro. Com a grife, o vocabulário tentou ficar mais rebuscado e ele investiu de vez no ar doutoral, muito além do terno. Hoje, o maior calcanhar de Aquiles de seus trabalhos, é justamente o bom relacionamento com seus jogadores no longo prazo. É necessário também, que pese contra sua imagem, sua atuação múltipla dentro do futebol, desejando controlar tudo e dando pano para as mangas de quem comenta que ele leva um “qualquer” em negociações de jogadores de seu interesse. Só continuo achando que ele ainda sabe montar um time.

Não acho que com as peças e o desgaste que tem atualmente, o Fluminense possa ser campeão brasileiro novamente, mas com o mínimo, Luxemburgo já deixará o Fluminense com uma cara interessante e, muito possivelmente, agradável de se ver jogar. 

Minha opinião é a de Celso Barros acertou, e o Flu entra novamente na briga por mais uma vaga na Liberta de 2014. Não acho que caiba qualquer linha a respeito de sua sinceridade em admitir seu time. O Abel é tricolor e não deixará de ser profissional caso treine outro time no Brasil. Luxemburgo nunca amoleceu para o Flamengo, muito pelo contrário!

Caso as especulações se confirmem e Celso dê um “chequinho” para um pequeno tempero no elenco, o Flu entra ainda mais forte na briga pela Libertadores e pela “Copona” do Brasil.

Vamos conferir!


Birite: Czechvar – Premium Larger excelente!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Bipolaridade em Vermelho e Preto


Muita gente vai achar que esse arremedo de palavras a seguir tem por objetivo criar uma espécie de manifesto em apoio a tudo que vem ocorrendo na Gávea. Sei disso, pois faz parte do traço fundamental do temperamento da torcida Rubro-Negra tratar o mundo de forma bipolar, dicotômica.

Vamos aos fatos, e vou procurar, na medida do possível, ser claro e didático. Os carecas da Chapa Azul foram eleitos com amplo apoio da torcida, em uma movimentação histórica e muito bonita. Até aí tudo bem, mas temos dois desdobramentos razoáveis a partir daí.

O primeiro desdobramento se dá por conta da expectativa criada. Fazendo um paralelo e guardando as devidas proporções, vejo traços similares ao tom de esperança e aura quase messiânica atribuída a Obama em sua primeira corrida presidencial. Foi depositado naquele grupo, a esperança da resolução de anos de descaso de forma mágica e quase que instantânea, transformando o Flamengo novamente em potência do futebol nacional da noite para o dia. Ressalto, porém, duas coisas: a primeira é de que peço guarda às proporções, pois o Flamengo é muito mais importante e mais complexo do que os EUA. E a segunda questão é de que em momento algum, nos foi vendida a idéia de que seria fácil.

O segundo desdobramento, e não menos importante, ocorre a partir da transparência dos caras ainda durante o processo eleitoral, em que afirmavam, categoricamente, que a brincadeira não seria fácil, principalmente no início. Em um pacto silencioso, a torcida que muito apoiou, pareceu consentir. Só que não!

Bem verdade que não tenho muitas críticas ao Presidente, mas a VP de Futebol pecou em diversos aspectos, sim. Para mim, seu maior pecado, foi praticado por Wallim. Não é possível que ele não tenha conseguido aprender a lição completa de como não lembrar o Kleber Leite. Não prometa o que você não vai cumprir. Wallim o fez pela metade, não citando nomes, mas citando quantidades! Sendo assim, sou obrigado a repetir o que falo no pôquer: “besteira dita, é besteira feita!”. Sem falar no maravilhoso momento escolhido para suas férias. Achando pouca sacanagem, ele volta de seu retiro sabático e dá a incrível entrevista de hoje! Só por São Judas Tadeu!

Além de Wallim, acho que BAP, a personificação do sucesso que a Chapa Azul alcançaria de forma instantânea, vem tendo algumas dificuldades, mas não conheço Marketing de milagres maior do que 32 mil no ST, com esse panorama atual. Sem um nome, sem uma cara, sem alguém que encante, fica difícil vender um produto que se vende muito bem, inclusive em péssima fase! Além do ST, a quantidade de Mantos vendidos foi, e ainda é assustadora.

Acho que essas duas afirmações, somadas a um elenco nota 5, fazem com que os senhores entendam que eu concordo que nem tudo nesse cenário seja belo e colorido, mas estou aqui com outro objetivo. Quando aceitamos, mesmo que de forma silenciosa e não explícita, passar por um ano de provações e reestruturação, o sofrimento estava no pacote. Aguentar um ano de zoações, com uma eliminação precoce na Copa do Brasil e um Campeonato Brasileiro lá pela 12ª. ou 14ª. posição, sinceramente, era o que eu esperava. É claro que fica complicado ouvir o VP falando que trará alguns bons nomes, que nos darão condições de sonhar um pouco mais alto, acaba deixando a expectativa um pouco maior, mas ainda no ano passado, sabíamos que 2013, seria uma ano para arrumar a zona.

O que eu não consigo compreender é essa bipolaridade tão acentuada. Ok! Eu sei que nossa torcida tem duas velocidades, que são basicamente: “Fudeu! Vamos cair!” E a não menos famosa: “Rumo ao hepta! Libertadores qualquer dia tamo aí! E ano que vem é Tokio!”. Eu sei, conheço meu povo! Mas acho que tá um pouco demais. O meio termo foi abandonado e um time jovem, frágil e em formação vai oscilar, e muito! Temos técnico e Mano, até perder para o Inter naquela bola vadia, estava invicto e dando padrão ao time. No jogo contra o Botafogo, terminamos o segundo tempo sorrindo e vendo do que o time é capaz. Foi só perder para o Bahêa que tudo foi por água abaixo? Menos!

Esse time, sem reforços, do jeito que está, a menos que o Cadu chupa sangue resolva jogar pelo que recebe, nos deixará no meio da tabela do Brasileirão, um pouquinho pra baixo, mas ali perto. Esse time com 3 reforços que cheguem e rendam, pode nos deixar com um fim de ano tranquilo, mas dificilmente vitorioso. Sendo assim, peço a todos, principalmente aos que falam tanto para apostar nos garotos que apoiem mais! Não vou entrar nessa palhaçada de bipolaridade Flamenga. Já vi times bem piores, com Moisés, Irineu, Douglas Silva, Negreiros, Walter Minhoca. Se a torcida abraçar, poderemos alcançar a nossa humilde marca de 50 pontos na tabela o mais cedo possível e planejar 2014 em paz! Gostaria de ressaltar que mesmo sendo direito de cada um, não vejo o ST como joguete, comprometa-se a longo prazo! Ou então não se comprometa. É justo! É direito de cada um, ver vantagens ou querer ajudar por ajudar, simples assim! E isso não é julgamento. Só não acho que a sua permanência tenha que variar de acordo com o seu humor.

E pra você, amigo que fica comparando a suposta falta de movimentação do Flamengo com os jogadores contratados pelo Vasco, eu vos digo: Roberto Dinamite está fazendo a mesma coisa que Paty Amorim e tantos outros fizeram. Está contratando sabendo que não irá conseguir honrar os compromissos assumidos. Simples assim! Se você prefere esse tipo de medida, não adiantou nada pedir mudança no ano passado. É como gritar “fora Cabral” e votar no Garotinho ou no Pezão, no ano seguinte. Não há ainda, motivo real para desespero. A maior torcida do mundo faz a diferença! Verdade! Para o bem e para o mal! Não vou deixar de criticar as pixotadas da diretoria, mas jamais abandonarei o Flamengo.

Como diz uma blogueira que muito admiro: NADA IMPORTA SEM O FLAMENGO!

Um Abraço! SRN!


Birite: Einbecker Ur-Bock Hell – Vale cada gota! Feliz Dia Internacional da Cerveja!!!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Quanto Tempo



Mais de mil dias haviam se passado desde o nosso último encontro. Curioso sentir tanta saudade de um lugar que consegue concentrar momentos de euforia e melancolia em minha história de vida. Mais euforia que melancolia, diga-se de passagem! Mas tudo isso, sempre sendo definido por um número estampado no placar e o último trilar de um apito.

Ainda assim, o momento do reencontro deixava-me nervoso. Nunca o tratei somente como um lugar, muito pouco para toda aura que tens! Eras um ente, um templo, um amigo! E vinha ouvindo muita gente falar que meu velho amigo não era o mesmo, que aquilo que fora em outras eras, jamais o seria outra vez! Pior, muito pior! Disseram-me que meu amigo havia morrido! Resolvi conferir, era muito tempo longe, mas conseguia notar pelas tuas fotos, que suas mudanças eram profundas.

Com coragem e com a companhia de outro velho e bom amigo, fui te reencontrar. Cheguei, pra variar, faltando pouco pro espetáculo.  Troquei meu ingresso, mas tive um pequeno problema, senão suas novas bilheterias já ganhariam uma nota bem alta. Para o que você custou, poderiam ter melhorado seus guichês, que continuam baixinho e dificultando a comunicação, mas vamos lá, queria mesmo ver como você estava.

Subi pelo Beline, existiam novas filas em formato meio esquisito, você não tinha mais aquelas cordas esticadas pelas laterais e está mais chique mesmo, muita gente pra ajudar seus amigos nessa segunda primeira vez. Subi, junto com meu nobre amigo, a famosa rampa. O curioso é que a famosa rampa ganhou uma bifurcação em seu final. Seguindo em frente cairia dentro dos caríssimos camarotes. Ok, a rampa foi bifurcada, mas notei ali mesmo, que independente de sua mudança, sua essência ainda conservava seus velhos traços!

O que eu precisava ver era o gramado, a arquibancada, você! Entrei pelo túnel e olhando pra o lado, vi na expressão do meu amigo a apreensão e o nervosismo que acredito que estivessem estampadas em meu semblante. Saindo do túnel, vi seu gramado, sua nova arquibancada e me encontrei de novo contigo. Olhei para nossa imensa massa, linda e bem vestida em vermelho e preto, e consegui concluir rapidamente que a mudança foi radical! Você está parecendo outro. Não lembra mesmo suas feições antigas, mas daí a concordar que agora você está igual ao restante, não mesmo.

Sua voz continua potente, mais potente até. Que acústica conseguiram! Com o ajuste correto para que tua plebe volte a conseguir te reencontrar, tenho certeza que teus dias mais épicos voltarão. Estou bem certo disso. Ontem, depois de mais de 90 minutos de teu espetáculo, até o mais injusto dos esportes, permitiu que a justiça fosse feita (mesmo que parcialmente) e que você pudesse ser embalado por vozes, mão e corações que te gritavam, festejavam e te pintavam em vermelho e preto.

Obrigado, velho amigo! Por favor, não fique tanto tempo longe novamente. Somos mais nós porque somos você! E você é mais você porque é, definitivamente vermelho e preto.

Salve o Maracanã!!! SRN!!!

Birite: Chopp Therezópolis St. Gallen - Itahy Centro

terça-feira, 14 de maio de 2013

A Lista de Scolari...




Sou obrigado a confessar que errei. Acreditei que Felipão pudesse por os pés pelas mãos e acabar fazendo uma grande besteira em sua lista de convocações. Negando inclusive o seu espírito de... Felipão!

Sim amigos, já cansei de declarar aqui mesmo, que não sou nem nunca fui fã ou admirador de Scolari. Muito pelo contrário, sou seu crítico de longa data, mas sei reconhecer alguns de seus méritos e suas características. Umas das verdades incontestáveis é que Felipão é um cara muito vencedor ou surpreendente em torneios eliminatórios e de tiro curto. Essa característica provavelmente colocou seu nome no topo da lista de escolhas, seu histórico copeiro e com times limitados é absolutamente incontestável. Ainda assim, já havia vindo aqui, neste mesmo tambor, tocar minha ciranda pedindo que nosso treinador fosse fiel às suas piores convicções, parece-me, que pelo menos no que diz respeito aos convocados para a Copa das Confederações, o velho Felipão está voltando.

Dos vinte e três jogadores convocados, eu só trocaria três nomes, sendo que compreendo sua decisão em dois deles. Vou explicar por partes, mas antes de qualquer coisa, acredito que Felipão tenha deixado Kaká e Ronaldinho de fora por razões distintas e também por um motivo em comum.
Creio que Felipão queira testar um grupo jovem, ver como cada um reage ao padrão de cobrança da Seleção, principalmente em casa. Levando Ronaldinho Gaúcho e/ou Kaká, a cobrança em relação ao rendimento de Oscar, Lucas e Neymar, reduziria em pelo menos 50%, já que seria de responsabilidade dos medalhões, segurar um pouco a onda da pressão. Mais do que isso, creio que na cabeça de Felipão, os dois estarão prontos para ir ao Mundial, caso ele sinta essa necessidade.

Além do motivo comum, acho que Felipão não levou Kaká, pois acredita que seria complicado mantê-lo no banco e recuperar sua forma física e técnica em pouco tempo. Eu inclusive levaria o jogador, não sei se no lugar de Bernard, Jadson ou levando um volante a menos, mas consigo ver lógica na ausência dele.
No caso de Ronaldinho, me parece ter acontecido algum pequeno deslize disciplinar em uma das convocações e essa foi uma forma de punir o jovem senhor, de 33 anos que até hoje não cresceu. Grande novidade. O caso de Ronaldinho, inclusive parece ser análogo ao caso de outro jogador que constaria em minha lista, o Ramires. Li em diversos veículos que o pequeno Cirilo, também acabou pisando na bola em uma das convocações, o que acaba tornando sua não convocação compreensível.

Meu último caso de discordância vem no gol. Em relação a essa escolha, não consigo notar muita lógica. Concordo com dois dos três goleiros convocados. Minha lista era composta por J. Cesár, Diego Alves e Jefferson. Ainda que minha lista pudesse ser esquisita, poderia achar compreensível a convocação de Cavalieri no lugar de Jefferson, embora ache Jefferson um tanto melhor que Cavalieri, via uma disputa dos dois pela posição de terceiro goleiro. Sendo assim, não consegui entender o critério. Além disso, ele acaba deixando um jovem goleiro de fora, levando três goleiros que já passaram da casa dos 30. Não entendi mesmo.

Por fim, acabei gostando muito da convocação de Felipão. Resta saber apenas em que esquema ele jogará. Minha seleção seria essa: JC; Jean, T. Silva, Dante e Marcelo; David Luiz, Paulinho e Oscar; Lucas, Neymar e Fred (4-3-3) ou JC; Jean, T. Silva, Dante e Marcelo; David Luiz, Paulinho, Hernanes e Oscar; Neymar (ou Lucas) e Fred (4-4-2).

Até!

Birite: Brahma Extra – Uma boa pra combinar com a seleção brasileira.

domingo, 5 de maio de 2013

Tricolores e Talibãs




Esse burburinho causado por conta desse movimento “Talibã Tricolor” fez com que outros escribas, a maior parte deles muito mais nobre que este plebeu que vos escreve, fossem as suas páginas registrar suas opiniões. Eu tentei evitar, mas os tipos de opiniões são tão diferentes, que fui obrigado a vir dar a minha.

O torcedor faz o que quer e não acho que devamos criminalizar o movimento somente por causa do nome escolhido. Um suposto banditismo acaba sempre caindo bem quando o assunto é torcer.
O raciocínio é simples, acho que ninguém que tenha ido a um estádio uma vez na vida deve ter visto bandeiras dos Ursinhos Carinhosos, Backyardigans, Gandhi ou Peixonauta. Quem foi, sabe que o caminho é o contrário e que as bandeiras costumam ser povoadas por outros tipos de personagens não muito amistosos, não reconhecidos por sua doçura e seu histórico pacifista. Acho que não ficaria legal, por mais que a brincadeira entre as torcidas rivais, que o movimento se chamasse Jean Wyllys Tricolor, ou algo do gênero.

Meu único problema em relação ao movimento vem seguido de uma impressão, que pode ser negativa ou positiva. Essa campanha surgiu, pois, supostamente, a torcida tricolor se revoltou contra o “assalto” sofrido no Equador, diante do Emelec. O próprio Abel foi bastante lúcido ao descartar esse clima de roubalheira.

Caso esse sentimento de assalto tenha sido verdadeiro, realmente eu não entendo a torcida de Laranjeiras e acho que eles realmente merecem uma péssima campanha, pois tapam o Sol com peneira e preferem culpar qualquer coisa e ver boa atuação onde não existe a encarar os fatos e notar que apesar da penalidade ser discutível (principalmente por conta da ingenuidade ou estupidez de Carlinhos), o Fluminense não jogou absolutamente NADA esse ano! Quem já leu meu post sobre a caminhada tricolor na Libertadores desse ano, sabe que o time vem produzindo muito menos do que poderia (assim como o Grêmio).

O que prefiro acreditar, partindo da suposição de que seus torcedores não são cegos, é que o controverso movimento surgiu porque alguns dos torcedores perceberam que para partir em busca de uma final, principalmente pelas facilidades do chaveamento, é preciso que o time passe a ter ao menos o espírito da competição. Afinal, quem acompanha o Fluminense esse ano, tem uma clara impressão de que falta vontade ao grupo. Sendo assim, a estratégia seria acertada, ver se com a volta da vontade, o futebol vem a reboque. Parece que a torcida realmente deseja que o time pare de transformar confrontos fáceis em jogos dramáticos ou que jogue contra esses clubes “carne assada” com a disposição de quem encara um jogo épico. Espero que realmente a idéia seja essa.

A postura da diretoria é até certo ponto louvável, descartar esse clima de revanche e que incentive ao comportamento violento é o correto, principalmente por parte da Instituição. Esse tipo de movimento é coisa de torcedor. Parece-me, que os dirigentes também não viram tanto assalto assim e compreendem que o trabalho precisa ser feito dentro de campo.
Quanto aos jogadores, é importante lembrar que ao entrar na pilha a cobrança a respeito da vontade e da disposição de cada um, será ainda maior. Caso um revés aconteça, algo em que eu não acredito nem um pouco, não caberá a justificativa por um pênalti mal marcado.

Acho que o mundo precisa de menos frescura! Espero que os torcedores tricolores estejam sendo brilhantes ao invés de retardados.

ABS!

Birite: Chicago Blues – Cerveja torrada, muito encorpada, com uma espuma excelente!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Voa Cachirola, Voa!




Quanto mais procuro ler sobre a Copa, os novos estádios e todos os acontecimentos que orbitam em volta do evento, maior é o número de pessoas que reclamam e maldizem a todo e qualquer custo à modernização dos estádios e todas as regras que se seguem, junto com o caderno de encargos e compromissos entregue pela Fifa ao nosso país.

Acho que é importante destacar que as normas de segurança e comportamento da Fifa, valerão para os eventos da Fifa e que, muito provavelmente, após a Copa do Mundo, poderemos voltar a assistir jogos em meios as baterias e charangas, de pé e sem ter que respeitar lugares marcados. Justo! Acho tudo isso justo! É o nosso jeito de torcer e isso deverá voltar, assim como (espero eu), as redes do Maracanã.

Mas existem coisas que são mais interessantes em meio a tanta pedrada. É curioso perceber que a maior parte das pessoas que esbraveja e amaldiçoa todas as mudanças e modernizações geradas pela nossa “Copa da Discórdia”, insistem em dizer que é um absurdo querermos imitar a Europa, que não valorizamos nossa cultura e não respeitamos nosso passado. Até considero argumentos válidos, embora particularmente, eu não veja o menor problema em copiar o que há de bom do resto do mundo e aplicar aqui, mesmo que com nossas adaptações.

Parece que só não observaram que a nossa mania não consiste em imitar somente o que parece bom. Imitamos de graça, imitamos por pura e simples falta de personalidade. Acho curioso que imitar um modelo de gestão, um estilo de jogo, um formato de treinamento e quaisquer coisas que possam ser consideradas como avanços, sejam vistas por tantos rancorosos como um retrocesso. E este mesmo “pessoal” não consegue ou não tem coragem de admitir que é ainda pior imitar pelo simples processo cultural da cópia malfeita. Esses detratores da modernidade acham a Cachirola algo louvável! Como se o patético (porém simpático) instrumento não fosse uma cópia de Vuvuzela sul-africana.

Parece que a Cachirola é uma espécie de tentativa de resgate daquilo que nem tem ligação com futebol. Só esqueceram que a “nova” Fonte Nova, tão bonita e tão “importada”, trouxe ao público o conforto e a segurança que qualquer um pode notar, mas alguns devem preferir as antigas ruínas. Só esqueceram que junto com a cópia da modernidade e a cópia ridícula da Cachirola, não conseguimos copiar bom comportamento e o mínimo de educação. Será que estamos realmente preparados para não precisar de fosso, polícia, alambrado etc?

Talvez os “inimigos da modernidade” prefiram os velhos estádios, abarrotados de gente, sem a menor segurança e com a torcida separada do campo e do time por um fosso, um alambrado e uma tropa de choque. É melhor deixar o nosso futebol selvagem. Difícil é querer civilizar nosso povo. Bem mais fácil deixar tudo velho.

P.S.: Não consegui saber se é Caxirola ou Cachirola. Achei diversos sites e cada um escolheu uma forma. Eu preferi a segunda.

Birite: THEREZÓPOLIS RUBINE - EXCELENTE!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

E agora, Felipão?



Meu post programado desde quarta-feira, seria sobre a rodada incrível da UCL, mas como ela foi incrível demais, acho que precisará de uma análise mais profunda, ficará para o início da próxima semana.

Apesar dos jogos espetaculares de um meio de semana que pareceu registrar mais um marco histórico do futebol, cheguei em casa disposto a assistir o embate argentino pela libertadores entre NOB e Vélez. Fui vencido pela maioria e já que passava a pelada canarinho, deixei lá e fui acompanhando. Considerei esse amistoso contra o Chile tão inútil quanto o joguinho mequetrefe contra a Bolívia. Mais uma vez, Felipão precisava ganhar e o Brasil precisava de um sparring. Nada melhor do que encontrar um que fosse mais luxuoso que a Bolívia.

A bola da vez era o Chile, escola de futebol que a cada geração revela uns 8 jogadores, onde destes somente 3 jogam alguma coisa. E isso com direito a técnico argentino e vencedor como comandante, jogo no Mineirão novinho, cada um contando somente com jogadores que atuam na América do Sul. Estava armado o teatro, era só deitar e rolar... Pois é! Não rolou!

Não rolou, pois ao contrário do que acredita Felipão, se é que ele ainda acredita em alguma coisa, o Chile jogou de forma compacta e sem preguiça, com jogadores que se preocuparam em jogar algum tipo de futebol. Vale muito lembrar que o Chile foi prejudicado pela arbitragem, a tragédia poderia ter sido bem pior. A seleção do país magrinho do Globo seria o adversário de respeito que venderiam caso Felipão, Neymar e R10 fizessem algo de bom. Como nada foi feito, virou vergonha.

A vergonha foi escancarada em vaias e gritos de olé incentivando o time rival. No final do jogo, declarações estúpidas e desnorteadas, além do habitual e quase esquecido destempero de Felipão. Gostaria de fazer pequenas considerações.

Cavalieri: Que me perdoem meus amigos fanáticos tricolores, mas se algum goleiro que atua no Brasil tem que ser levado, essa vaga deve ficar para Jefferson. Cavalieri continua repondo bolas de maneira tenebrosa, além de dar mole no primeiro gol e joga com os pés com a falta de habilidade característica dos grandes goleiros do Palestra Itália. Hoje em dia, este último fator é determinante.

Jean: Por outro lado, eu levaria Jean e ainda insistiria com ele na lateral direita. Sim, eu detesto o Daniel Alves, com suas roupas e sua mania de achar que é um baita lateral. Ponto pra ele, taticamente interessante o posicionamento do Jean e o poder de variações táticas que ele dá ao treinador.

Jadson: Não conseguiu jogar muita coisa, mas eu gostaria que ele fosse aproveitado na Copa das Confederações. Não é armador, de jeito nenhum, mas surge como bela opção de terceiro homem de meio, ao menos para compor elenco.

Damião: Muita disposição, mas não dá pra cobrar muito de centroavante quando o meio não faz a bola chegar. Merece ser levado, pois é o único com características parecidas com a de Fred, atual titular da posição. Vale considerar que quando testado nas olimpíadas, correspondeu bem e marcou gols.

Pato: Acreditei que ele fosse ser o substituto de Ronaldo quando surgiu. Hoje em dia, já compreendi que não é. Não sei se por falta de talento ou por excesso de máscara e falta de vontade. Pode valer a pena levá-lo, mas não seria interessante que ele ocupasse o lugar de Damião.

Ronaldinho: A imprensa vende Ronaldinho jogando muito e só quem vê os jogos de R10 pelo galo com um mínimo de visão crítica, consegue notar que pra acertar tudo que ele acerta, é preciso que o time jogue, corra e marque por ele. Além de errar demais. Mesmo assim, não adianta tentar convencer o mundo do contrário. Não é armador, não é e nem nunca foi líder ou decisivo. Kaká vale e merece mais a aposta.

Neymar: Já passou muito do ponto de ir pra Europa! Só que a coisa piora, está começando a regredir, não somente seu futebol, mas sua mentalidade também. Sua atitude blasé e polêmica começam a desenhar um horizonte meio complicado, principalmente por sua tão pouca idade. Acho que ele ainda não entendeu que se seleção é importante, ele ainda não é NADA. Questionam a genialidade de Messi por não ter vencido nada pela Argentina e aqui, sem ganhar sequer uma Copa América, ele começa a se convencer de que é um gênio. Tem futebol pra tentar ser um, mas precisa virar homem, jogar como homem e sair do futebol brasileiro.

Felipão: Os fricotes estavam demorando a aparecer e a imprensa brasileira merece isso. Merece, pois tirou um técnico pela porta dos fundos depois de quatro anos de boa campanha por pura picuinha, sem contar no processo de fritura que impôs ao mesmo durante quatro anos. Quando Felipão assumiu, só amores! Nem parecia que um ano antes, comandando o Palmeiras xingou e deu dedo para jornalista sem a menor cerimônia.
Falando de Felipe... Ele parece perdido, sequer consigo ver Felipão seguro de suas convicções. Como critiquei aqui da última vez que escrevi sobre seleção, ele precisa admitir sua própria essência. Está perdido em relação ao intento de alguma modernização e a velha aposta no futebol Scolari... Feio e copeiro!
Acredito que talvez o Brasil consiga repetir, no máximo, o que foi feito pela Alemanha em 2006. Mas sempre foi bom chegar desacreditado em uma Copa... Vamos ver que bicho dá. Antes da convocação para a CC, vou colocar aqui minhas preferências.

Perdão pelo afastamento, mas a semana apertou um pouco.

Abraços.

Birite: Viven Porter

sábado, 20 de abril de 2013

Caixa e Coisa Pretas. Caixa, no Vermelho.




Depois de 100 dias de governo, a gestão da antiga Chapa Azul, capitaneada por Eduardo Bandeira de Mello, Wallim Vasconcelos e BAP, apresentou aos torcedores da Maior Torcida Do Brasil, um mapa financeiro do clube, obtido através de uma auditoria séria e profissional.

O resultado foi assustador e bastante surpreendente. Surpreendente, pois não conheço ninguém que estimasse a dívida rubro-negra em mais de 600 ou 650 milhões de reais. Esses eram os números ventilados pelos mais pessimistas. Todos estavam errados, e por muito! A diretoria convocou uma coletiva e apresentou os números oficias. O Flamengo deve oficialmente, 750,7 milhões de reais! Assustador? Sim! Existe saída? Sim! Mas não será fácil.

É importantíssimo que lembremos que a atual diretoria já pagou, antes do anúncio da dívida, 45 milhões de reais em dívidas, em sua enorme maioria relacionadas a impostos, o que elevaria a dívida real de quando assumiram o clube para um número bem próximo aos 800 milhões de reais ou, para aumentar o impacto, 0,8 bilhão de reais. Em 100 dias, o Flamengo conseguiu muito, e embora o horizonte ainda seja obscuro, já é possível perceber que há luz.

O descaso dos últimos vinte anos, levou o Flamengo a esse caos (que não é exclusividade Flamenga) e os presidentes das gestões fracassadas deveriam ter que responder legalmente por isso. Infelizmente, não existe em nosso país, uma legislação séria quanto a isso. Até existe uma proposta interessante, onde o governo auxiliaria no saneamento das contas dos clubes e endureceria o cerco em relação a futuras irresponsabilidades, penalizando clubes e dirigentes.

Para que possamos ter idéia, somente a senhora Patrícia Amorim Sihmann, foi responsável por quase 90 milhões deste montante em apenas 3 anos. Isso é o que se sabe, não duvido que esse número seja maior. Obrigado, Dona Patrícia, a senhora com certeza foi um dos maiores cânceres que o Flamengo já teve como presidente.

Agora com um pouco mais de 100 dias, a gestão EBM mostra sua seriedade. Para que a dívida seja saneada, é preciso que essa gestão permaneça séria e profissional e que pelo menos seus próximos 3 ou 4 sucessores acompanhem essa tendência. As CND’s obtidas através do pagamento de impostos sinalizaram ao mercado que o Gigante passou a ser adulto. A molecagem parece ter ficado para trás e o qualquer conteúdo associado ao vermelho e preto, passa a ser novamente interessante para quem investe.

A torcida precisa fazer sua parte, os dirigentes estão fazendo a deles e tenho a impressão de que em 100 dias, o Flamengo caminhou cinco anos. Os resultados devem demorar ao menos um ano, um ano e meio e estou disposto a aguardar. O resgate da dignidade do clube trará a possibilidade de dominar o futebol nacional de forma ampla. Poderia ser bem pior, nosso calvário poderia ser em divisões subalternas do futebol brasileiro. Por sorte, não será. Sofreremos na elite.

Certa vez, ouvi numa Futecom que a sorte do futebol nacional era a desorganização que imperava na gestão de Flamengo e Corinthians. Inclusive um blog famoso relatou a opinião do dirigente que disse isso com muita visão e sem qualquer constrangimento. Então, o Corinthians se organizou e o Flamengo vem tentando fazer isso de forma ainda mais rápida, os gigantes acordaram. Acho fundamental que outros times passem a se organizar para que a diferença não fique tão grande e que os mesmos não passem a fazer parte do terceiro escalão da elite do futebol brasileiro. Mesmo Flamenguista, não gostaria de ver o Vasco virar um La Coruña.

Inter e Grêmio, mesmo com uma quantidade menor de torcedores, tendo um perfil bastante regional, parecem ser alguns times que vão resistir a todo esse novo processo de reestruturação do futebol nacional. Não custa nada torcer para que a moda pegue. É provável que nosso futebol não seja mais tão nivelado, mas será possível ter um nível europeu de técnica e estrutura em todos os clubes que aderirem a uma política séria.

Birite: Cerveja Sapporo

terça-feira, 16 de abril de 2013

Quanto Vale Um Ídolo?



Como todos sabem, sou Flamenguista. Daqueles chatos, embora viva cada vez mais em paz por conta de futebol. Mesmo assim, vim aqui hoje falar sobre o Dedé, do Vasco. Sim, vou falar dele mesmo. Sim, ele joga no Vasco. Sou obrigado a revelar que além de grande admiração por Dedé, tenho certa raiva pois não pude, como provavelmente jamais poderei, indicar ou definir a contratação de Dedé para o Flamengo. 

Comecei a acompanhar o Dedé logo que ele surgiu em 2008. Zagueiro de boa estatura e de bom posicionamento, principalmente para um zagueiro de 19 anos. Acreditei que junto com Rafael Tolói, outro zagueiro que deposito grandes esperanças, pudesse ser uma boa aposta para clubes de maior expressão. 

No ano seguinte, em mais um carioca, novamente ele aparecia, compondo dupla de zaga com o mais que veterano Junior Baiano. É bom lembrar que JB foi boa influência para Dedé e que, apesar de todo o folclore, Junior Baiano sempre foi bom zagueiro, tinha recurso técnico, pecando muito por ser esquentado e por achar que tinha futebol pra ser meia. Naquele ano, o Carioca foi o suficiente para que se convencessem de que Dedé era uma ótima aposta. Torci para que o Flamengo se movimentasse, já vi até entrevista do Dedé dizendo que recebeu proposta, mas preferiu o Vasco, para minha insatisfação. Não chegou a ser tristeza, o garoto era só uma promessa...

E depois do Carioca lá foi o Vasco em sua disputa da segundona. Não acompanhei o ano de adaptação do garoto, afinal, uma coisa é gostar de futebol e apostar no sucesso de um jovem que parece promissor, outra coisa é perder o ano secando seu maior rival na segundona enquanto seu time é Campeão Brasileiro. Não acompanhei, ou melhor, só o suficiente para notar que Dedé não seria testado naquele ano. 

O ano seguinte começou e pela primeira vez em dois anos, Dedé não brilhou no Carioca, continuava sem chances. Em um jogo decisivo contra o Vitória, Dedé teve sua grande chance e provou que a aposta tinha vingado. Entrou, jogou, ganhou campeonatos, virou ídolo, capitão e sempre sereno e identificado com a torcida. Afirmei, como ainda afirmo, que vejo mais capacidade em Dedé do que no próprio Thiago Silva. Geralmente sou criticado por isso, principalmente pelos meus amigos tricolores, mas realmente acredito que o potencial de Dedé seja maior, só parece faltar ambição às vezes.

Dedé já era o Mito da torcida cruzmaltina quando as polpudas propostas do Velho Continente começaram a chegar. Ele não queria sair e o Vasco não queria vender. Dizem que Dedé não quer a Europa e isso, eu critico bastante, assim como no caso de Neymar. Thiago Silva não seria o zagueiro que ele é se continuasse no Brasil, não mesmo! E talvez Dedé não consiga ser por sua resistência em ficar no país. Ainda assim, por pior que fosse a situação, Dedé queria o Vasco e o Vasco queria Dedé, uma bela história. 

Mas o futebol é cruel e os clubes brasileiros ainda dependem da venda de jogadores para fazer caixa. Quando a fase é boa, você vende duas promessas e um bom jogador, quando a fase aperta, você se mutila e vende o melhor que pode. O Vasco precisou. Demorou a fazer negócio, perdeu o tempo certo da venda e esbarrou na falta de vontade de Dedé jogar na Europa. O Corinthians, que antes ofereceu um tanto de dinheiro, já não tinha mais a grana e o Cruzeiro resolveu contratar o melhor zagueiro em atividade no país.

Acho que o Dedé até poderia jogar em outro clube no Brasil, no fim da carreira. Depois de ter suado pelo Vasco e ter feito sua carreira na Europa, poderia voltar ao Brasil e simplesmente jogar onde quisesse, provavelmente escolheria o Vasco, mas já seria ídolo do passado e isso não apagaria sua história. Dedé sai pra ajudar o Vasco, vai pela porta da frente, mas é esquisito saber que de agora em diante o Dedé será também do Cruzeiro. 

Quanto ao Vasco, fez o que o mercado e a responsabilidade financeira dizem pra fazer. Acho que o ideal seria convencer o Dedé de que a Europa era o melhor lugar pra ele. O dinheiro seria maior, o ídolo continuaria exclusivo, podendo ser chamado de Mito, com o exagero da saudade como justificativa.

Desejo ao Dedé toda sorte do mundo!

Birite: AMSTEL PULSE

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Metade Por Um Terço



De acordo com o que já havia escrito aqui com alguma antecedência, não via muita possibilidade de zebra em relação aos confrontos de ontem. 

O Bayern abriu grande vantagem no primeiro jogo e teria de encarar uma Juve ofensiva em Turim, como isso não é nada natural para a Juve, seria quase impossível que essa vantagem não fosse mantida ou ampliada. Tudo simples, fácil e sem mistério.

Enquanto isso, no outro confronto, insistiam em criar um monstro no lugar do PSG, esquecendo que no primeiro jogo, um gol irregular e o frango de VV, permitiram que o milionário time de Paris tivesse alguma chance, que acabou sendo bem multiplicada com a notícia da lesão muscular de Messi. Cheguei a palpitar por aí que sem o Messi e com esse resultado o PSG tivesse incríveis 20% de chance.

O jogo começou com um Messi no banco e com a confirmação de que teria condições mínimas de jogo. Movimentado e com o Barça um pouco melhor, havia qualidade apesar da falta de jogadas mais agudas. Assim, quase sem perceber, a primeira etapa se encerrou. Pelo lado francês, Verratti e Lucas davam estabilidade e dinâmica ao esquema tático montado por Ancelotti.

A etapa final se iniciou com expectativa de um PSG mais agressivo e com uma aposta um pouco mais comedida em relação aos passes em profundidade. Acho que nem o próprio PSG acreditou que pudesse ser tão rápido. Pastore marcou e enquanto comemorava, o pequeno ET argentino levantava os meiões e partia para o aquecimento. Nos 13 minutos que separaram o gol e a entrada de Messi, o Barcelona se sentiu perdido e o PSG poderia ter aproveitado para ampliar.

Com Messi em campo, mesmo que em condição física precária, o Barcelona passou a pressionar de imediato, criando duas chances de empate em menos de cinco minutos. Iniesta voltou para o jogo como no primeiro tempo e Xavi, até então apagado, passava a trabalhar mais solto. 
A presença de Messi impunha respeito à zaga, mais pela presença em si, que propriamente pela capacidade. Era evidente que meio Messi, durante trinta minutos já eram um pesadelo para Thiago Silva e para o impecável Alex. Na terceira tentativa, La Pulga partiu pra dentro da defesa adversária, prendendo com ele, três dos seis marcadores que trancavam o ferrolho. Messi achou Villa, que conseguiu se livrar de dois dos três marcadores restantes e rolou na medida pro garoto Pedro estufar o filó dos petrodolarizados franceses.

A partir daí, o jogo simplesmente correu, com o PSG nervoso e com o Barça controlando a maior parte das ações. Messi já não corria mais, andava em campo, sua condição era lamentável e seu sacrifício, louvável. Ainda assim, arrastava Thiago Silva na marcação, abrindo espaço pra Daniel Alves gastar o tempo.

Com o fim do jogo, ficou novamente óbvio que Messi não parece ser desse mundo. Metade do corpo dele esteve em campo durante um terço da partida. A doação foi por inteiro...

Visca Barça. Festa Culé!

Birite: DUVEL TRIPEL HOP - CADEG

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Tricolores...



Eu até queria falar sobre a Champions League. Os dois favoritos passaram, mas conforme eu havia previsto, as zebras assustaram e quase levaram a brincadeira a sério, mesmo assim, não vi os jogos, só os gols e os compactos. Como ainda não vivo de assistir e comentar jogos, não foi possível acompanhar. Creio que amanhã, com ou sem Messi o Barcelona passe adiante, bem como o Bayern. Minha torcida por uma final com os dois é escancarada mesmo. 

. . .

Mesmo assim, o objetivo do post de hoje é falar sobre o duelo dos tricolores na noite de amanhã, ou hoje, como devem preferir os que tem maior apego pelo relógio. 

O confronto dos dois tem deixado muitos torcedores de cabelo em pé. Fluminense e Grêmio complicaram um grupo sem qualquer mistério e são diretamente responsáveis por toda essa emoção desnecessária. Mais até o Fluminense que o Grêmio, bem verdade. Afinal de contas, enquanto o Imortal gaúcho montou mais de meio time para a competição, o Flu manteve a base campeã brasileira do ano passado e não precisou fazer qualquer tipo de adaptação.

Antes de compartilhar o que acredito que vá acontecer amanhã, peço a todos os tricolores, tanto do Rio quanto do Rio Grande, que acreditem em um palpite principal. Os dois clubes irão se classificar para a próxima fase! Não acredito no contrário, acertando ou não o meu palpite de amanhã, os dois passarão para a fase de mata-mata e espero que passem a dar trabalho.

O jogo amanhã será complicado pelos desfalques. Grêmio joga sem Elano, o que seria incrível para o Fluminense. Sem mobilidade no meio e com Zé Roberto sozinho na criação, o time gaúcho perderia demais e Luxa poderia investir no insistente e inconsistente 4-3-3 sem perturbações e com desculpas, um prato cheio pro time das Laranjeiras! Só que não! 

No último jogo do Flu pelo carioca, Fred voltou a se machucar. Ainda bem que isso não aconteceu pela seleção, do contrário a reclamação seria tão grande, que o clima estaria insuportável. 
Fato é que Fred voltou a se lesionar e o Fluminense não esclareceu muito a gravidade da lesão. Ele não jogará os próximos dois jogos e com isso, o Fluminense perde meio time. Sim, até no sentido literal, são vários os desfalques, mas nenhum tão importante quanto Fred. É seu faro de gol que tem decidido, mesmo sendo prejudicado e super exigido pelo esquema precipitado e arcaico de Abel. Muitas pessoas acreditam que meu problema com Abel é pinimba... então que perguntem a um tricolor, como meu amigo Thiti, por exemplo.

Sem Fred, a situação do Fluminense se complica e não acredito nem um pouco em vitória do tricolor de Nelson Rodrigues.
Sem Fred e com Abel tentando se apegar ao esquema, acho muito difícil que mais um milagre seja operado em Porto Alegre. 

Ainda assim, continuo fiel a minha convicção de que os dois brasileiros chegarão a próxima fase. E tenho certeza que para que sigam em frente terão de apresentar muito mais futebol e vontade do que aquilo que foi apresentado na fase de grupos. Só a camisa, não bastará. 

Bom jogo aos Tricolores!

Birite: CERPA EXPORT

terça-feira, 9 de abril de 2013

Um Teste Quase Inexistente...



O Brasil trocou de técnico e independente de atrasar o trabalho da seleção ou não, resolveu mudar a filosofia de seus confrontos. Era a hora de trocarmos de lado, sairiam os adversários fracos de outros tempos e entrariam adversários com história e futebol, ponto pro Felipão e sua trupe. 

A primeira parte complicada para meu entendimento é em relação a verdadeira forma de organização desses confrontos. Quando o técnico da seleção é querido pela mídia e os adversários são fracos, a notícia que chega é que os lotes de amistosos já estão vendidos há tempos e que o treinador não tem culpa, sendo a responsabilidade da CBF e da empresa que "agencia" esses jogos. Quando o técnico não é querido, a mídia faz de tudo para colocar na conta dele a escolha dos adversários. E quando há uma troca e alguém chega com prestígio e pede amistosos mais "fortes", esse alguém é atendido. De um forma ou de outra, pra mim, essa conta não fecha. 

Voltando aos amistosos atuais, considerei realmente interessante a escolha de bons adversários para o Brasil, afinal, não nos respeitarão só porque somos os donos da bola da Copa. O lado complicado desta moeda estaria por vir com nossas deficiências e carências sendo escancaradas quando testados contra bons adversários. Depois de três jogos e quase nenhum sucesso, com Neymar em princípio de crise e Ronaldinho precisando de mais uma chance, resolveram dar uma chance aos jogadores brasileiros contra a incrível seleção da Bolívia!

O amistoso seria basicamente inútil, serviria, quem sabe, para lesionar jogadores e seus clubes reclamarem, por sorte, Fred se machucou defendendo seu clube e não a seleção em um amistoso inútil. Com a grande capacidade técnica de nossos adversários, Neymar se reencontrou, Ronaldinho fingiu querer algo com a seleção e Felipão, além de voltar a ser gênio, talvez tenha notado que Damião merece estar no grupo. Com exceção desses pequenos fatores, quase todos eles já esperados, a seleção venceu fácil. O objetivo foi cumprido. Espero que o dinheiro seja entregue a família do menino, já que todas as mentiras que queriam transformar em verdades foram alcançadas, não custa nada essa acontecer.

Boa semana, desculpem a demora.

BRIRITE: WAY AVELÃ PORTER