sábado, 20 de abril de 2013

Caixa e Coisa Pretas. Caixa, no Vermelho.




Depois de 100 dias de governo, a gestão da antiga Chapa Azul, capitaneada por Eduardo Bandeira de Mello, Wallim Vasconcelos e BAP, apresentou aos torcedores da Maior Torcida Do Brasil, um mapa financeiro do clube, obtido através de uma auditoria séria e profissional.

O resultado foi assustador e bastante surpreendente. Surpreendente, pois não conheço ninguém que estimasse a dívida rubro-negra em mais de 600 ou 650 milhões de reais. Esses eram os números ventilados pelos mais pessimistas. Todos estavam errados, e por muito! A diretoria convocou uma coletiva e apresentou os números oficias. O Flamengo deve oficialmente, 750,7 milhões de reais! Assustador? Sim! Existe saída? Sim! Mas não será fácil.

É importantíssimo que lembremos que a atual diretoria já pagou, antes do anúncio da dívida, 45 milhões de reais em dívidas, em sua enorme maioria relacionadas a impostos, o que elevaria a dívida real de quando assumiram o clube para um número bem próximo aos 800 milhões de reais ou, para aumentar o impacto, 0,8 bilhão de reais. Em 100 dias, o Flamengo conseguiu muito, e embora o horizonte ainda seja obscuro, já é possível perceber que há luz.

O descaso dos últimos vinte anos, levou o Flamengo a esse caos (que não é exclusividade Flamenga) e os presidentes das gestões fracassadas deveriam ter que responder legalmente por isso. Infelizmente, não existe em nosso país, uma legislação séria quanto a isso. Até existe uma proposta interessante, onde o governo auxiliaria no saneamento das contas dos clubes e endureceria o cerco em relação a futuras irresponsabilidades, penalizando clubes e dirigentes.

Para que possamos ter idéia, somente a senhora Patrícia Amorim Sihmann, foi responsável por quase 90 milhões deste montante em apenas 3 anos. Isso é o que se sabe, não duvido que esse número seja maior. Obrigado, Dona Patrícia, a senhora com certeza foi um dos maiores cânceres que o Flamengo já teve como presidente.

Agora com um pouco mais de 100 dias, a gestão EBM mostra sua seriedade. Para que a dívida seja saneada, é preciso que essa gestão permaneça séria e profissional e que pelo menos seus próximos 3 ou 4 sucessores acompanhem essa tendência. As CND’s obtidas através do pagamento de impostos sinalizaram ao mercado que o Gigante passou a ser adulto. A molecagem parece ter ficado para trás e o qualquer conteúdo associado ao vermelho e preto, passa a ser novamente interessante para quem investe.

A torcida precisa fazer sua parte, os dirigentes estão fazendo a deles e tenho a impressão de que em 100 dias, o Flamengo caminhou cinco anos. Os resultados devem demorar ao menos um ano, um ano e meio e estou disposto a aguardar. O resgate da dignidade do clube trará a possibilidade de dominar o futebol nacional de forma ampla. Poderia ser bem pior, nosso calvário poderia ser em divisões subalternas do futebol brasileiro. Por sorte, não será. Sofreremos na elite.

Certa vez, ouvi numa Futecom que a sorte do futebol nacional era a desorganização que imperava na gestão de Flamengo e Corinthians. Inclusive um blog famoso relatou a opinião do dirigente que disse isso com muita visão e sem qualquer constrangimento. Então, o Corinthians se organizou e o Flamengo vem tentando fazer isso de forma ainda mais rápida, os gigantes acordaram. Acho fundamental que outros times passem a se organizar para que a diferença não fique tão grande e que os mesmos não passem a fazer parte do terceiro escalão da elite do futebol brasileiro. Mesmo Flamenguista, não gostaria de ver o Vasco virar um La Coruña.

Inter e Grêmio, mesmo com uma quantidade menor de torcedores, tendo um perfil bastante regional, parecem ser alguns times que vão resistir a todo esse novo processo de reestruturação do futebol nacional. Não custa nada torcer para que a moda pegue. É provável que nosso futebol não seja mais tão nivelado, mas será possível ter um nível europeu de técnica e estrutura em todos os clubes que aderirem a uma política séria.

Birite: Cerveja Sapporo

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