terça-feira, 16 de abril de 2013

Quanto Vale Um Ídolo?



Como todos sabem, sou Flamenguista. Daqueles chatos, embora viva cada vez mais em paz por conta de futebol. Mesmo assim, vim aqui hoje falar sobre o Dedé, do Vasco. Sim, vou falar dele mesmo. Sim, ele joga no Vasco. Sou obrigado a revelar que além de grande admiração por Dedé, tenho certa raiva pois não pude, como provavelmente jamais poderei, indicar ou definir a contratação de Dedé para o Flamengo. 

Comecei a acompanhar o Dedé logo que ele surgiu em 2008. Zagueiro de boa estatura e de bom posicionamento, principalmente para um zagueiro de 19 anos. Acreditei que junto com Rafael Tolói, outro zagueiro que deposito grandes esperanças, pudesse ser uma boa aposta para clubes de maior expressão. 

No ano seguinte, em mais um carioca, novamente ele aparecia, compondo dupla de zaga com o mais que veterano Junior Baiano. É bom lembrar que JB foi boa influência para Dedé e que, apesar de todo o folclore, Junior Baiano sempre foi bom zagueiro, tinha recurso técnico, pecando muito por ser esquentado e por achar que tinha futebol pra ser meia. Naquele ano, o Carioca foi o suficiente para que se convencessem de que Dedé era uma ótima aposta. Torci para que o Flamengo se movimentasse, já vi até entrevista do Dedé dizendo que recebeu proposta, mas preferiu o Vasco, para minha insatisfação. Não chegou a ser tristeza, o garoto era só uma promessa...

E depois do Carioca lá foi o Vasco em sua disputa da segundona. Não acompanhei o ano de adaptação do garoto, afinal, uma coisa é gostar de futebol e apostar no sucesso de um jovem que parece promissor, outra coisa é perder o ano secando seu maior rival na segundona enquanto seu time é Campeão Brasileiro. Não acompanhei, ou melhor, só o suficiente para notar que Dedé não seria testado naquele ano. 

O ano seguinte começou e pela primeira vez em dois anos, Dedé não brilhou no Carioca, continuava sem chances. Em um jogo decisivo contra o Vitória, Dedé teve sua grande chance e provou que a aposta tinha vingado. Entrou, jogou, ganhou campeonatos, virou ídolo, capitão e sempre sereno e identificado com a torcida. Afirmei, como ainda afirmo, que vejo mais capacidade em Dedé do que no próprio Thiago Silva. Geralmente sou criticado por isso, principalmente pelos meus amigos tricolores, mas realmente acredito que o potencial de Dedé seja maior, só parece faltar ambição às vezes.

Dedé já era o Mito da torcida cruzmaltina quando as polpudas propostas do Velho Continente começaram a chegar. Ele não queria sair e o Vasco não queria vender. Dizem que Dedé não quer a Europa e isso, eu critico bastante, assim como no caso de Neymar. Thiago Silva não seria o zagueiro que ele é se continuasse no Brasil, não mesmo! E talvez Dedé não consiga ser por sua resistência em ficar no país. Ainda assim, por pior que fosse a situação, Dedé queria o Vasco e o Vasco queria Dedé, uma bela história. 

Mas o futebol é cruel e os clubes brasileiros ainda dependem da venda de jogadores para fazer caixa. Quando a fase é boa, você vende duas promessas e um bom jogador, quando a fase aperta, você se mutila e vende o melhor que pode. O Vasco precisou. Demorou a fazer negócio, perdeu o tempo certo da venda e esbarrou na falta de vontade de Dedé jogar na Europa. O Corinthians, que antes ofereceu um tanto de dinheiro, já não tinha mais a grana e o Cruzeiro resolveu contratar o melhor zagueiro em atividade no país.

Acho que o Dedé até poderia jogar em outro clube no Brasil, no fim da carreira. Depois de ter suado pelo Vasco e ter feito sua carreira na Europa, poderia voltar ao Brasil e simplesmente jogar onde quisesse, provavelmente escolheria o Vasco, mas já seria ídolo do passado e isso não apagaria sua história. Dedé sai pra ajudar o Vasco, vai pela porta da frente, mas é esquisito saber que de agora em diante o Dedé será também do Cruzeiro. 

Quanto ao Vasco, fez o que o mercado e a responsabilidade financeira dizem pra fazer. Acho que o ideal seria convencer o Dedé de que a Europa era o melhor lugar pra ele. O dinheiro seria maior, o ídolo continuaria exclusivo, podendo ser chamado de Mito, com o exagero da saudade como justificativa.

Desejo ao Dedé toda sorte do mundo!

Birite: AMSTEL PULSE

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