quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Mais do Mesmo


Não apareci por aqui com o intuito de me vangloriar novamente pelo acerto em minha profecia. Na realidade, não há razão para tanto, não foi nenhum feito espetacular. A alta improbabilidade do evento somente me dava certeza de que o sucesso seria uma questão protocolar. Garanto que minha confiança daria lugar ao temor e a insegurança caso tivéssemos conseguido os três gols ainda no primeiro jogo, na casa de nosso adversário.

“Sempre espere tudo do Flamengo, meu filho. Para o bem e para o mal”. São frases proferidas pela minha mãe, durante minha educação flamenga. Naturalmente, o nosso “para o mal” é bem diferente do mal dos demais. Nosso gigantismo nos permite gozar de uma história inteira sempre na elite do futebol nacional. O Flamengo é assim, uma força da natureza avassaladora, que por vezes nos fere, mas quase sempre nos faz sentir o sabor de estar acima da governabilidade natural das coisas.

Sejamos francos! Quase todos nós sabíamos como isso terminaria. Somente as teorias mudavam. Mesmo assim, a certeza tomava conta até mesmo daqueles que diziam que a vaca já havia deitado. Inclusive, esses “pseudo heréticos” torcedores devem ter sido os primeiros a se acomodar em seus respectivos sofás ou sair correndo pra adentrar ao Templo Maior de nossa Magnética Nação, o Maracanã. Nesse último caso, muitas vezes protegidos pelo argumento de que já haviam comprado, então não desperdiçariam a grana. Esse traço comportamental é quase tão batido quanto nossa já manjada bipolaridade. Freud, Lacan, Jung, Pavlov e acadêmicos behavioristas dedicaram grande parcela de tempo e energia para compreender a psique humana, felizmente tiveram algum sucesso. Se estes nobres rapazes debruçassem suas narebas sobre as forças que governam o Flamengo e seus seguidores, hoje, não seriam conhecidos por ninguém.

A complexidade de nossa unicidade não pode ser estudada. Extrapolar os limites da natureza humana é algo natural para quem veste essas duas cores. Um nobre santista disse que o impossível era mera questão de opinião. Para nós, o impossível é logo ali. O flerte com o improvável é nosso companheiro de longa data. Continuemos então dentro de nossa natureza caótica, pois em nossa história, o caos e a glória caminham como irmãos. No sapatinho, we can!

Faltam uns vinte poucos pontos para que a nossa missão no Campeonato Brasileiro seja encerrada. Quanto mais cedo concluirmos essa tarefa, que até semanas atrás era apregoada como impossível, mais cedo poderemos pensar em novos feitos “impossíveis” na Copa do Brasil.

Peço aos nobres torcedores adversários que continuem secando e passando recibo, isso só nos torna mais coerentes e naturalmente... Menos humildes. Ser Flamengo, ao contrário do restante, nos basta. Somos um só. Nós somos parte do time, nós somos a instituição, nós somos o sabor do impossível. É por isso que enquanto você grita “Vai, “time””, NÓS gritamos VAMOS, Flamengo!

Não existe impossível quando se escreve uma história em vermelho e preto.

Saudações Rubro-Negras!

domingo, 29 de junho de 2014

O Novo Pobre Coitado




Tenho certo preconceito com a vitimização, isso não é uma novidade, nenhuma novidade. Algumas delas, admito, ponho “na conta” desse meu preconceito. Entretanto, existem outros momentos em que eu simplesmente não consigo compreender o motivo de tanto carinho em alguém que, no momento, não merece. Por corporativismo ou vontade de aparecer, sempre vejo tudo isso com péssimos olhos.

Sou fã de Luís Suárez. Acho incrível a forma como ele se entrega em campo, a famosa raça ‘charrua’ do Uruguai fica exposta sempre que ele está jogando. Torci por ele nesta Copa, vibrei e me emocionei com ele, com seu fisioterapeuta e com todo o ar épico que já se desenhava em torno dessa epopeia uruguaia.

Suárez joga como se possuído estivesse... Para o bem e para o mal! Comporta-se como um peladeiro cascudo, que está entrando em campo em um jogo contra que vale a honra de seu time, de seu bairro. O problema não é bem esse tipo de comportamento. O jeito arredio, intenso e insano são também encantadores, principalmente para quem curte futebol.

Como quase sempre, foi decisivo quando necessário. Como quase sempre, perdeu a cabeça quando não devia. A ficha de Luisito é extensa, quase sempre recheada de episódios lamentáveis. Os episódios envolvendo insultos racistas e ataques de mordidas já são um tanto frequentes, sem contar com os demais episódios de indisciplina.

Uma infância difícil não é exclusividade no meio do futebol. O esporte bretão está recheado de histórias tristes, pobres, famintas, violentas, alcoólicas e com famílias desestruturadas. E essa questão não sequer exclusividade do Brasil ou da América Latina. O futebol é um esporte composto, em sua enorme maioria, por jogadores de origem humilde, no mundo todo.

No calor do jogo, o juiz, inocente, nada viu. Coube à FIFA decidir o que deveria ser feito com Suárez. Além de óbvio, era fundamental que a punição ao novo ataque vampírico fosse coerente e exemplar. Não somente pela agressão em si, pela falta de fair play... Mas principalmente pela reincidência no fato. Afinal, não era a primeira vez! Nem a segunda... Nas últimas 4 temporadas, o uruguaio boca nervosa ficou fora de mais de 30 partidas, todas por questões disciplinares. O recado teria de ser claro e duro.

Sabendo da necessidade de um posicionamento forte, a entidade máxima do futebol puniu Suárez com 9 jogos FIFA, banimento do futebol por 4 meses e mais uma multa de cem mil francos suíços. Achei justa, pra falar a verdade, esperava até mais. Até aí, tudo bem, mas como tava demorando, eis que surgem os defensores de Suárez. O que menos me incomoda é a defesa, todos podem e devem ser defendidos. Inclusive, gostaria de deixar claro que a defesa apresentada pelos uruguaios foi, no mínimo, patética.

Pessoas como Maradona, jornalistas esportivos míopes, jogadores e até mesmo a vítima, saíram em defesa de Suárez. O blog trivela, do UOL, resolveu destacar que a punição era exagerada pois o comitê disciplinar da FIFA, por não ter uma moral ilibada, não teria condições de aplicar uma punição severa como essa. Maradona, que se aproxima de Pelé somente pela quantidade de merda que fala, chamou a entidade de mafiosa. Até mesmo Maduro, o fantoche de cadáver que preside um país, resolveu entrar na dança. Os jogadores, alguns deles, classificaram a punição como exagerada, mas eu até relevo, colocando na conta do corporativismo.

O que me deixa particularmente perplexo é o fato de tantas pessoas conseguirem colocar seu ódio à FIFA acima da lógica das coisas, no esporte ou na política, quando falamos de uma visão um pouco mais ampla, percebo que o Brasil e a América do Sul permanecem com problemas de visão gravíssimos.

Espero que, mesmo recorrendo, a punição seja mantida. Torço para ver Suárez em campo logo após esse período. Que além da tristeza por ter abreviado a participação do Uruguai nessa Copa, ele aproveite esse tempo para se tratar. Que a essência permaneça, mas com o mínimo de lucidez.

Birite: Norteña

terça-feira, 17 de junho de 2014

11 Homens e 1 Segredo






Depois de chocar o mundo goleando a atual campeã mundial, a Holanda virou, junto com a Alemanha, a bola da vez dos analistas táticos nessa Copa Brasileira. Vou procurar fazer uma análise bem simples, sem muita frescura, procurando ser tão simples quanto foi Van Gaal, ao armar sua seleção.  Para muitos, a vitória da Holanda foi uma surpresa, não concordo. A goleada foi uma surpresa, uma vitória seria um placar normal em um confronto entre as seleções que fizeram o duelo final do último mundial.

O maior mérito de Van Gaal foi sua humildade. É claro, não podemos deixar de lado sua ousadia ao renovar quase que completamente o grupo que quase fez história na África. Seu grupo foi recheado de jovens, muitos ainda jogando no (hoje esvaziado) campeonato holandês. Assim, seu maior desafio seria conseguir parar o ímpeto ofensivo da Espanha. Como fazer isso com jogadores tão jovens e inexperientes? Com humildade. Van Gaal descartou qualquer lembrança ou alusão ao futebol holandês tradicional. Sem trocas de posição, sem jogadores rodados e habilidosos! Entram em campo... Oito operários e um esquema humilde, ciente de suas limitações.

Van Gaal tinha poucos limões para fazer uma boa caipirinha, mas os poucos que têm, dão bom suco. Um time se faz com onze jogadores. Assim sendo, os oito operários, correriam por três companheiros diferenciados. Sortudo é o técnico que possui seus jogadores diferenciados do meio pra frente. Mesmo com Snejder ainda em marcha lenta, ele fez o suficiente para permitir que Robben e Van Persie tivessem brilho e fluidez. Atacar não seria um problema, em tese. O problema era fazer isso com equilíbrio e suportando as investidas espanholas. Para isso, um 5-3-2, contando com três zagueiros e dois volantes. A compactação defensiva seria formada por uma primeira linha de cinco jogadores, com sobras para eventuais avanços dos pontas e com boa vigilância a Diego Costa. Os laterais só avançariam um de cada vez, com preferência para Blind. Na segunda linha, os três do meio teriam o auxílio de Robben na composição. Na saída de bola, Van Persie perturbaria como fosse possível.


O Jogo


Mesmo tendo torcido pela Holanda, não vi um domínio sobrenatural durante todo o jogo. Em minha humilde opinião, tivemos um primeiro tempo equilibrado, com vantagem para a Espanha e um segundo tempo amplamente dominado pelos laranjas. Na segunda etapa, notei um massacre técnico, tático e psicológico.

O primeiro tempo começou com um domínio até bem grande da Espanha, o esquema do Del Bosque é o mesmo de 2008, 2010, 2012... Só é mais velho e conta com um bom centroavante. Após mais um penal padrão FIFA, a Espanha abriu o placar. Vi mais pênalti em Diego que em Fred, no caso do ibero-brasileiro houve contato, no de Fred, no máximo o pedido do telefone. Ainda no primeiro tempo, os campões tiveram a chance de ampliar o placar após passe ESPETACULAR de Iniesta para David Silva. O jogo já estava mais parelho e a Holanda já ensaiava seus botes em contragolpes rápidos.

Mas o maior problema parece ser e ter sido a idade. Xavi e Iniesta já não possuem o mesmo vigor, isso acaba sendo refletido na falta de pegada no meio, principalmente no segundo tempo e quando expostos a jogadas mais velozes. Pra completar parte do problema de Del Bosque, Thiago Alcântara não veio para o Brasil e Koke, parece mais reserva do Iniesta que do Xavi. Sendo assim, Xavi, o velhinho, fica sem substituto, e os espanhóis começam a patinar a partir daí. Fábregas poderia ser solução, mas não sei o que houve com o futebol do rapaz desde que saiu da Inglaterra.

O jogo mudou depois da chance de ampliar o placar ser desperdiçada por Silva. Em uma ofensiva, Blind recebe a bola e lança Van Persie, que faz o gol de cabeça mais incrível que minha memória consegue lembrar. A maré virada ali. Antes mesmo do gol, a marcação holandesa já havia encontrado seu encaixe, ficando dependente de jogadas individuais ou passes muito bem descolados por alguns dos gênios espanhóis.



O segundo tempo começou com a mesma eficiência defensiva dos holandeses e com certa apatia espanhola. Os jovens operários laranjas passaram a se comportar com maior vigor e naturalidade, arrefecendo a fúria ofensiva dos adversários. Em menos de dez minutos, Blind lançou novamente, dessa vez encontrando Robben, disposto a dominar, cortar e finalizar pro fundo da rede. Se fosse um jogo no Brasil, diria que foi ali que o caldo entornou. Como não é, prefiro dizer que foi aí que toureiro levou a pior.

O terceiro gol Chegou quase com 20 minutos de jogo, em gol irregular, mas que já mostrava uma Espanha abalada e um Casillas claudicante. O goleirão falhou feio sete minutos depois, deixando clara a importância do comprometimento defensivo do centroavante. O incômodo do 9, pode dar certo, e deu! Depois de uma bela jogada, Robben, o melhor em campo, deu números finais ao massacre. 

O placar final retratou o segundo tempo, expôs a fragilidade defensiva, física e psicológica dessa Espanha que parece não saber correr atrás de prejuízo. Ao contrário de muitos, não creio no Chile como surpresa, mas precisaremos ver Del Bosque ser tão humilde, sortudo e genial quanto Van Gaal.
Quanto aos holandeses... Não sei exatamente até onde podem ir, principalmente pela jovialidade do grupo, mas creio que até às quartas possam chegar com relativa tranquilidade.

Birite: Amstel

domingo, 1 de junho de 2014

Agora vai?

Será que os africanos chegarão longe nessa Copa?

Em ritmo de Copa do Mundo, o blog decidiu fazer uma análise das seleções que estarão presentes no mundial que acontece no Brasil. Esta semana vamos nos dedicar aos africanos, que, sempre são vistos com bons olhos antes do torneio começar e na maioria das vezes acabam decepcionando. Os africanos chegam ao Brasil com esperança de fazer um bom mundial, Costa do Marfim continua sendo a seleção mais forte e tem boas chances de chegar as oitavas de final. Drogba e cia estão no mesmo grupo de Colômbia, Japão e Grécia.

Camarões e Gana, talvez, sejam as seleções com as tarefas mais complicadas. O primeiro está no grupo do Brasil, que conta também com México e Croácia. Será que Eto'o irá conseguir levar os leões as oitavas? Já o segundo, apesar de ter uma boa seleção e também ser muito forte fisicamente, Gana deu o azar de cair no grupo de Alemanha e Portugal. Notícias dão conta que Cristiano Ronaldo pode perder o mundial, caso isso aconteça, os africanos, pra mim, passam a ser a segunda potência do grupo, tendo grandes chances de classificação. Argélia e Nigéria estão em grupos com um grande favorito (Bélgica e Argentina, respectivamente) e com o restante das equipes niveladas. Quanto as duas, não ficaria surpreso com uma classificação, nem com uma eliminação.

A primeira seleção a ser analisada é a Costa do Marfim, de Yaya Touré e Didier Drogba.

Drogba e Touré juntos. Quem para essa dupla?

A "geração de ouro" da Costa do Marfim parece ter a última chance de mostrar sua força em mundiais. Suas principais estrelas já estão com uma idade avançada, e me parece não terem vez na Copa de 2018, com isso, para Drogba, Yaya Toure e cia essa Copa pode, e deverá, ser a última.

Os elefantes estão do grupo C, juntamente com Colômbia, Japão e Grécia. Com toda certeza, esse foi o grupo mais fácil já pego pelos africanos em Copas do Mundo. Vale lembrar que em suas duas participações, a seleção caiu justamente em grupos complicados. Em 2006, seu grupo contava com Argentina, Holanda e a antiga Sérvia e Montenegro. Já em 2010, enfrentaram Portugal, Brasil e Coreia do Norte. Agora, em um grupo onde talvez seja a principal força ao lado da Colômbia, a Costa do Marfim possa finalmente fazer o que se espera dela: mostrar seu futebol e surpreender na Copa!

O CARA: Bom, no caso da Costa do Marfim, decidi colocar OS caras. Dois jogadores que são essenciais para seleção ter um bom mundial. São eles: Didier Drogba e Yaya Touré. O primeiro dispensa comentários, o ex atacante do Chelsea jogará sua última Copa do Mundo e está em fim de carreira. Porém, não deixa de ser um perigo para as defesas adversárias. O segundo, não é apenas o cara de sua seleção, como também o cara da equipe onde joga, o Manchester City. Com uma temporada monstruosa no clube inglês, Yaya chega voando no mundial e tem tudo para ser um dos destaques da competição.

Palpite: Se classifica em primeiro do grupo.

Camarões - Eto'o classificado ou Eto'o eliminado?

Eto'o na Copa. Eto'o eliminado?

Com uma seleção enfraquecida, e seu principal astro não sendo o mesmo de outros tempos, Camarões chega na Copa com uma missão: não passar tanta vergonha. Seleção mais fraca grupo (minha opinião), a equipe não conta com muitos bons valores tirando o experiente atacante do Chelsea e campeão da Champions League com a Inter de Milão. Eto'o e companhia estão no grupo A, grupo do dono da casa, o Brasil. México e Croácia completam o grupo.

O CARA: Como foi dito acima, Camarões deposita todas suas fichas em Samuel Eto'o. O veterano atacante chegou a abandonar a seleção após a classificação nas eliminatórias por problemas com técnico Volker Finke em relação à escalação do time. Maaaaaaaaaaaaas, o atacante tem muita moral em seu país. Tanto é que o presidente de Camarões, Paul Biya, praticamente intimou Eto'o a voltar a seleção (que moral, hein?) para disputar a Copa do Mundo. Bom, a estrela da companhia está aí, mas acredito eu que não fará tanta diferença assim.

Palpite: Eto'o eliminado na primeira fase.

Nigéria - Kanu vai jogar?

Ruim no Chelsea, craque na Nigéria. Esse é Obi Mikel

Acho que se você perguntar para qualquer pessoa que entende o mínimo de futebol sobre a seleção nigeriana, ela fatalmente irá se lembrar do centro-avante Kanu, um dos ídolos do futebol da Nigéria. Mas não, ele não estará no mundial (infelizmente para os fãs de Fifa e Winning Eleven). A equipe está no Grupo F, com Argentina (de novo), Bósnia e Irã. As chances africanas nesse grupo são mínimas, disputando com o Irã quem será o último do grupo. Argentina e Bósnia são as favoritas a classificação.

O CARA: O cara é um volante meia boca no Chelsea, mas joga de meia na seleção. É o camisa 10. Dono do time. Quem? John Obi Mikel. O volante/meia é o principal nome da seleção, que também conta com os veteranos Yobo (zagueiro) e Odemwingie (atacante). Mikel tem a missão de fazer sua equipe jogar bem, coisa que não acontece tem um bom tempo, diga-se. Será que teremos surpresas no grupo? ~não~

Palpite: Fica com o terceiro lugar do grupo e é eliminada na primeira fase.

Gana - Tá aí uma seleção que eu gosto

The Fresh Prince of World Cup

Depois de fazer bonito na última Copa do Mundo, a seleção de Gana tem novamente a chance de se superar e repetir o feito de 2010. Em um grupo complicado, a seleção africana vive uma incógnita: Cristiano Ronaldo vai ou não ao mundial? Sim, é isso mesmo. O melhor do mundo no último ano corre o risco de ficar fora da Copa do Brasil. Caso esteja presente na competição, Gana deve ter problemas para se classificar no confronto direto com os portugueses (P.S: contando com a Alemanha como líder do grupo). Porém, sem CR7, Gana tem totais condições de vencer a seleção portuguesa e assim, deixar sua vaga bem encaminhada.

O CARA: Kevin Prince Boateng, o atacante que é ganês mas tem um irmão alemão (vai entender ..) que também joga futebol, é zagueiro e vai enfrentar o irmão na Copa. Bom, Kevin Prince é um atacante com bom poder de finalização, forte e bastante raçudo. Após um passagem apagada pelo Milan, o jogador voltou para Alemanha onde acertou com o Schalke 04. Recuperou o bom futebol é uma das esperanças de Gana para o Mundial. Nota: é bom ficar de olho também no atacante Asamoah Gyan.

Palpite: Com CR7 na Copa, terceiro lugar sendo eliminada na primeira fase. Sem CR7, segundo do grupo.

Argélia - Surpresa?

10 e faixa para Feghouli

Em um grupo com seleções que não tem tanta tradição em mundiais assim, a Argélia aparece como uma surpresa. Ao lado de Bélgica, Coreia do Sul e Rússia, os argelinos, talvez pela fragilidade do grupo, possam aprontar na competição. Até porque, a seleção fez um campanha pífia na Copa de 2010, quando conquistou apenas um ponto e saíram da chave de Inglaterra, Estados Unidos e Eslovênia sem nenhum gol marcado.

O CARA: Sofiane Feghouli, atacante do Valência. Nascido na França, o atacante fez o caminho "inverso de Zidane", podemos dizer assim. Rápido e com bom drible, Feghouli é a principal esperança de gols de sua seleção, que buscar ser a surpresa do Grupo H.

Palpite: Eliminada na primeira fase.

Rodrigo S. Barbosa

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cachorro! Louco ou Fujão?!





Wanderlei Silva está à deriva. Depois de faltar (ou fugir) dos comissários da Comissão Atlética de Nevada e ser retirado do card do UFC 175, o Axe Murderer está ameaçado de ser demitido da maior organização de MMA do planeta. Antes de avaliar o patético episódio, acho fundamental avaliar a decadência técnica e de prestígio que vem sendo atravessada pelo mito do pride.

Fazendo uma análise fria de seu cartel, nota-se que Wand já não é o mesmo desde 2006, ainda nos tempos de Pride. Com a aquisição do evento japonês pelo UFC, o careca de Curitiba voltou à organização americana com um cartel negativo, contando com duas derrotas em três lutas. Sendo uma delas, seu fatídico combate contra seu desafeto Vitor Belfort. Seu maior objetivo desde sua volta era um só: positivar seu cartel na organização, consolidar seu nome nos EUA, fortalecer sua imagem junto aos brasileiros e poder ser um dos futuros integrantes brasileiros do Hall da Fama do UFC. Como podemos notar, as coisas não estão acontecendo conforme o planejado.



Decadência Técnica
Após sua volta, o sofrimento nas primeiras cinco lutas foi visível, Wanderlei não parecia o mesmo. Já não era, saiu do Pride sendo derrotado em suas duas últimas lutas e só venceu duas de suas lutas (em tese, as mais fáceis) no período inicial de sua volta ao cage. Cabe ressaltar que a luta que marcou sua volta ao UFC, apesar do resultado negativo, foi histórica. No emocionante combate com Chuck Liddell, acabou superado pelo Homem de Gelo em decisão unânime e inconteste dos jurados. Após a vitória contra Keith Jardine, sofreu com duas derrotas emblemáticas e consecutivas para Quinton Jackson e Rich Franklin. Sua crise técnica passou a ser um assunto amplamente debatido e os boatos de sua aposentadoria começaram a correr pela primeira vez. Wand culpou o corpo, bem como uma série de lesões mal tratadas.


Uma Pausa
Após um ano e meio de inatividade, tratando lesões e se preparando, Chris Leben foi posto na marca do pênalti. A brincadeira não durou meio minuto. Sem ritmo, levou a pior num infight e foi nocauteado de forma emblemática em sua volta. Os questionamentos voltaram naturalmente e com muita força, novamente a aposentadoria voltava à pauta e seu emprego passava a correr perigo. Gozando de prestígio e boas vendas, principalmente no mercado asiático, o Cachorro Louco ganhou mais uma luta teoricamente fácil, enfrentando o vietnamita Cung Le. A luta foi interessante, apesar do nível técnico questionável, o brasileiro venceu por nocaute, no final do segundo round.



Volta por cima?
Depois de ficar relativamente bem na fita, foi escalado pelo UFC para estrelar junto com Vitor Belfort, o primeiro TUF Brasil. Ao final da competição, ele teria sua tão sonhada revanche contra o Fenômeno. Sua imagem saiu do reality show sem muitos estragos. O que vimos foi uma polarização ainda maior de seus admiradores. Wanderlei saiu da zona de ídolo inconteste e passou a ser herói para uns e vilão para outros. Sua postura controversa gerou polêmica. Wand era demasiado desrespeitoso e suas convicções colidiam diretamente com as de Vitor. Durante o programa, além das questões comportamentais, Vitor se mostrou um técnico MUITO superior, mas faltava a final... E ela não aconteceu! Vitor lesionou a mão, precisou ser operado, sendo substituído em cima da hora por Rich Franklin, os dois já haviam se enfrentado em 2009. É importante lembrar que Wanderlei aproveitou a lesão de Vitor para duvidar de sua coragem, seu caráter e sua lesão, além de afirmar que estava pronto e muito preparado para atropelá-lo. Mais uma vez, a boca funcionou mais que os punhos. Tendo vencido apenas um round e demonstrando um cardio MUITO fraco, foi novamente derrotado por decisão unânime, desta vez, dentro de sua casa.

Quase nove meses depois, retornando aos meio pesados, Wand teve mais uma grande oportunidade. Foi convocado para estrelar o UFC Japão, lutando contra Brian Stann, a luta ganhava alguns contornos de despedida, principalmente em caso de derrota. Mais uma vez, venceu no final no segundo assalto, garantia uma sobrevida no UFC e mantinha vivo, mesmo que distante, o sonho de positivar seu cartel e concorrer, no futuro, a um posto no Hall da Fama.



Mais um TUF, um desafeto, contradições e alguns embaraços
Com o objetivo de promover o TUF brasileiro também em terras americanas, Dana White escolheu Chael Sonnen para rivalizar com Wanderlei no TUF Brasil 3. Seria mais fácil vender um TUF estrangeiro contando com um dos maiores vendedores de PPV do evento. Mais do que isso, Dana White colocaria frente a frente dois falastrões que se odeiam. Desta vez, o brasileiro não teria um oponente educado (por vezes até sem sal) como Vitor. Indo além, o brazuca teria a chance de recuperar o prestígio perdido na primeira edição do TUF Brasil.

O tiro saiu pela culatra! Já no início de programa, após uma série de provocações por parte do brasileiro, os dois se engalfinharam no campo de treinamento. Como se não bastasse levar a pior, tendo sido facilmente derrubado e golpeado por Sonnen, o Cachorro Louco perderia um de seus técnicos (Dida), depois de um ato covarde sem precedentes.

Dentro da competição, notei mais algumas coisas. Sua equipe de auxiliares foi muito mais bem montada que a da primeira edição, o grande mestre Fábio Gurgel salvou a lavoura, impedindo uma nova surra técnica contra o time do careca. Mesmo assim, isso não foi o suficiente para torná-lo o técnico vencedor.  Minhas outras observações são mais comportamentais, mas não foram notadas somente por mim. Demente teve seu caminho trilhado e facilitado por Wanderlei sempre que possível, a exemplo daquilo que fez Vitor com Mutante, tendo sido alvo de críticas por isso. Ressalte-se que Vitor ao menos conseguiu colocar Mutante na final (já o Wand...). Outro comportamento bem questionável foi o de contrariar o que havia dito a respeito do casamento de lutas de atletas de mesma academia. Foi pedra contra seu oponente no primeiro TUF, fez o mesmo no TUF3 e recusou-se a admitir.

Sua imagem terminou o TUF pior do que começou, mas ainda restava a luta. Sua redenção estaria próxima, contra um desafeto falastrão e sem TRT. A tarefa seria simples, bater o peso, treinar defesa de quedas e obrigar Sonnen a trocar com ele. Como se todas as máscaras já caídas não fossem suficientes, Wanderlei lesionou a mão (como tanto criticou com Vitor) e pediu um adiamento da luta. Com o combate finalmente remarcado, esperávamos o desfecho da história... Mas Wanderlei resolveu fugir de uma avaliação surpresa da Comissão Atlética de Nevada! Simples assim!



A primeira notícia era de que ele havia faltado aos exames, depois Sonnen divulgou que ele fugiu! Sim, ele fugiu! Quase dois dias depois do acontecimento, o brasileiro subiu um vídeo na internet, onde explica sua INCRÍVEL versão dos fatos! Não pretendo ressaltar os furos e bizarrices de sua versão, mas não acho normal que eu receba uma visita da Comissão Atlética, não assine pois tudo está em inglês e eu resolva deixar o cara lá na academia! Pegar meu carro e ir embora! Wanderlei mora nos EUA a tempo suficiente pra saber que os procedimentos de lá não são à Bangu. Ligar pro advogado, pra um aluno, pro Dana White, pra um tradutor? Não! Vou deixar o cara aqui, pegar meu carro e ir embora, de boas! Dane-se! Vejo isso depois de voltar do Brasil! Justificar o injustificável é uma das tarefas mais difíceis de um homem.

Sob a suspeição de todos, sem prestígio de seus torcedores, da imprensa e de seus companheiros de profissão, a carreira de Wand no UFC está na mão de Dana White. Ainda não foi demitido, talvez por seu valor comercial, mas me parece que ele não terá mais do que uma luta para encerrar sua carreira. Vamos aguardar.

Thigu Soares

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Culpa é da FIFA?!





A Copa tá aí, como já havia dito anteriormente, vai ter Copa! E continuo achando a maior parte do que venho lendo demasiado rasteiro. A FIFA vem sendo criticada de forma absolutamente desproporcional e quase sempre eleitoreira. Parece que temos apenas dois grupos... Os que odeiam a Copa e os que, em tese, são fãs da FIFA, do governo etc. Deve ser chato pra esse pessoal, mas sou obrigado a desapontá-los.

A FIFA não é um exemplo de instituição limpa. Acho que todos já sabem disso. Seus inúmeros escândalos de corrupção ao longo do tempo deixam máculas expostas, facilmente propagadas para quem quiser perder o mínimo de tempo pesquisando.  No entanto, acho que por má vontade, burrice, preguiça ou interesse, algumas pessoas insistem em atirar em alvos errados. Tenho a sutil impressão de que o povo brasileiro é como um jogador perna de pau e esforçado. Sabe, geralmente aquele camisa 8 viril e esforçado, mas que até pra correr, corre errado. Elegemos nossos heróis de conduta ilibada e nossos vilões mortais. O alvo preferido é a Dona FIFA! Os alvos secundários são Pelé, Ronaldo e Joana Havelange (a nova bola da vez).

Começarei pelos últimos, para facilitar um pouco. Joana Havelange, que numa declaração estúpida nos fez lembrar os roubos de seu pai, disse que ‘o que tinha que ser roubado, já foi roubado’. A verdade dói, mas não entendo como colocamos a culpa automaticamente nas pessoas. O menor do poste merece uma segunda, uma terceira, uma enésima chance, mas não Joana, que deu o azar de ser filha de quem é. Sem que esqueçamos que sua declaração foi estúpida SIM. 



O Pelé, que como todos sabem, calado é um poeta, passou a ser alvo de diversos insultos. Quem me conhece sabe que odeio o Pelé... Ou o Edson, não sei. Gosto daquele negão que deitou e parou o mundo com seu futebol. Não vivi sua época, não o vi jogar em campo, mas é fácil, com um mínimo de esforço, saber que ninguém soube tanto do esporte bretão quanto ele. Soube capitalizar sua imagem, muito diferente de tantos outros que vieram antes, durante e depois dele. Louros de seu próprio talento até onde posso julgar. Notícias editadas, instrução mambembe, péssima assessoria e paixão por futebol impedem que seus dribles possam atingir a mídia, que procura e fabrica vilões com incrível velocidade e voracidade.

Ronaldo, que pelo menos até o início da Copa será o maior goleador da história da competição é outro alvo fácil. Mais malandro que Pelé, principalmente em frente aos microfones, resolveu se envolver no COL, mas foi caçado pelos editores dos grandes jornais e pelos usuários de redes sociais. “Uma Copa não se faz com hospitais”, disse o gordo. Naturalmente, os surfistas das redes sociais não devem ter se dado ao trabalho de buscar de onde veio tal declaração. Curiosamente, foi uma declaração dada em uma longa entrevista, onde o Fenômeno falava sobre o que era necessário para um mundial, como obras de mobilidade, estádios e infraestrutura aeroportuária.

Ainda na fatídica entrevista, ele defendeu o investimento pesado em setores como saúde e educação, mas que as exigências da FIFA eram baseadas em outros aspectos. Meses depois, ele criticou o atraso de nossas obras, bem como a cultura do “jeitinho brasileiro”. Enquanto isso, nosso douto ministro dos esportes declarava que nunca foi a um casamento em que a noiva não atrasasse. Bastou uma foto com o opositor e uma declaração dizendo que se sentia envergonhado por conta dos atrasos que seus antigos detratores ganharam novos adeptos. Com direito ao repúdio do ministro, da presidente e de um dos maiores aproveitadores e eleitoreiros da Copa, Romário.

O curioso, principalmente no último caso, é que muitos apoiadores do governo resolveram cair de pau no ex-craque obeso. A classe política da situação se doeu demais e agora ele é o mais novo duas caras do país. Seria até muito fácil dizer isso, se não houvesse crítica ao moroso processo de realização da Copa há meses, anos. Mas como dá trabalho pesquisar, caberá a ele o papel de vilão.
Quanto à FIFA? Bom, algumas vezes chego a me divertir com as críticas que dizem que a FIFA deitou e rolou no Brasil, que nos obrigaram a gastar o que gastamos, que não havia necessidade de nada disso e que ela é responsável pelo rombo em nossos cofres públicos. A diversão fica ainda maior quando essa crítica parte de gente que votou e continuará votando no PT, pois tudo faz ainda menos sentido.



Foi o PT que conseguiu trazer a Copa. Até aí, tudo lindo, ponto pro Lula. Foi o Lula que pediu junto à FIFA o aumento no número de cidades-sede. A recomendação da entidade máxima do futebol aconselhava de oito a dez sedes. Lula esticou a corda e pediu que o número fosse ampliado. Mesmo sabendo de nossas dificuldades em cumprir prazos e de nosso atraso em infraestrutura, eles cederam, mesmo com os avisos de Valcke, que também virou alvo por ser sincero demais. Com o aumento das sedes, naturalmente, nosso gasto seria elevado, mas pesariam dois fatores em nosso favor. O primeiro seria o legado, ampliado e cobrindo uma parte maior de nosso gigantesco do país. O segundo seria a maior mentira da Copa! A Copa da iniciativa privada.

Como previsto, nada disso aconteceu. Estádios superfaturados, estádios inúteis e superfaturados (os famosos elefantes brancos) como a Arena Amazônia, a Arena Pantanal e o estádio de Brasília (que nem sei mais como se chama) foram construídos ou remodelados. Alguns outros, como o Maracanã, por exemplo, foram entregues a empresas privadas sem que qualquer legado para o povo ou para os clubes de futebol perdurassem após a competição. Nós, através de nossos governantes, aceitamos o caderno de encargos da FIFA e nos comprometemos a cumprir suas exigências. Ressalto que a maioria delas seria benéfica para o país, mas não soubemos aproveitar e agora culpamos o evento. O mesmo deverá acontecer nas Olimpíadas, mas a bola da vez é a COPA. 



Somos o volante que tem vontade, mas não sabe correr. Somos o marido traído que pega a esposa com o amante no sofá de casa e vende o sofá. A culpa não é da Copa, a culpa não é da FIFA, ela é só nossa. Já perdemos o melhor que a Copa poderia nos oferecer. Resta-me torcer pelo hexa. Tudo muito amargo, mas não torcerei para que a seleção fracasse por conta disso. Em meio a tanta tristeza, merecemos essa pequena alegria.

“De todas as coisas pouco importantes do mundo, o futebol é a mais importante delas.” (Autor Desconhecido).

Thigu Soares

Birite: Guiness (Amarga e gostosa como a vida).