domingo, 5 de maio de 2013

Tricolores e Talibãs




Esse burburinho causado por conta desse movimento “Talibã Tricolor” fez com que outros escribas, a maior parte deles muito mais nobre que este plebeu que vos escreve, fossem as suas páginas registrar suas opiniões. Eu tentei evitar, mas os tipos de opiniões são tão diferentes, que fui obrigado a vir dar a minha.

O torcedor faz o que quer e não acho que devamos criminalizar o movimento somente por causa do nome escolhido. Um suposto banditismo acaba sempre caindo bem quando o assunto é torcer.
O raciocínio é simples, acho que ninguém que tenha ido a um estádio uma vez na vida deve ter visto bandeiras dos Ursinhos Carinhosos, Backyardigans, Gandhi ou Peixonauta. Quem foi, sabe que o caminho é o contrário e que as bandeiras costumam ser povoadas por outros tipos de personagens não muito amistosos, não reconhecidos por sua doçura e seu histórico pacifista. Acho que não ficaria legal, por mais que a brincadeira entre as torcidas rivais, que o movimento se chamasse Jean Wyllys Tricolor, ou algo do gênero.

Meu único problema em relação ao movimento vem seguido de uma impressão, que pode ser negativa ou positiva. Essa campanha surgiu, pois, supostamente, a torcida tricolor se revoltou contra o “assalto” sofrido no Equador, diante do Emelec. O próprio Abel foi bastante lúcido ao descartar esse clima de roubalheira.

Caso esse sentimento de assalto tenha sido verdadeiro, realmente eu não entendo a torcida de Laranjeiras e acho que eles realmente merecem uma péssima campanha, pois tapam o Sol com peneira e preferem culpar qualquer coisa e ver boa atuação onde não existe a encarar os fatos e notar que apesar da penalidade ser discutível (principalmente por conta da ingenuidade ou estupidez de Carlinhos), o Fluminense não jogou absolutamente NADA esse ano! Quem já leu meu post sobre a caminhada tricolor na Libertadores desse ano, sabe que o time vem produzindo muito menos do que poderia (assim como o Grêmio).

O que prefiro acreditar, partindo da suposição de que seus torcedores não são cegos, é que o controverso movimento surgiu porque alguns dos torcedores perceberam que para partir em busca de uma final, principalmente pelas facilidades do chaveamento, é preciso que o time passe a ter ao menos o espírito da competição. Afinal, quem acompanha o Fluminense esse ano, tem uma clara impressão de que falta vontade ao grupo. Sendo assim, a estratégia seria acertada, ver se com a volta da vontade, o futebol vem a reboque. Parece que a torcida realmente deseja que o time pare de transformar confrontos fáceis em jogos dramáticos ou que jogue contra esses clubes “carne assada” com a disposição de quem encara um jogo épico. Espero que realmente a idéia seja essa.

A postura da diretoria é até certo ponto louvável, descartar esse clima de revanche e que incentive ao comportamento violento é o correto, principalmente por parte da Instituição. Esse tipo de movimento é coisa de torcedor. Parece-me, que os dirigentes também não viram tanto assalto assim e compreendem que o trabalho precisa ser feito dentro de campo.
Quanto aos jogadores, é importante lembrar que ao entrar na pilha a cobrança a respeito da vontade e da disposição de cada um, será ainda maior. Caso um revés aconteça, algo em que eu não acredito nem um pouco, não caberá a justificativa por um pênalti mal marcado.

Acho que o mundo precisa de menos frescura! Espero que os torcedores tricolores estejam sendo brilhantes ao invés de retardados.

ABS!

Birite: Chicago Blues – Cerveja torrada, muito encorpada, com uma espuma excelente!

Um comentário:

  1. Como prometido; la vai:

    Como de fato disse, pode sim ser entendido como uma brincadeira, porém de estremo mal gosto. Mesmo considerando que essa onda do politicamente correto é um saco é uma caricatura ridícula que esperam que nós vistamos, porém, há um porém. Nós bem sabemos das peripécias que nossas torcidas são capazes de proporcionar, haja a vista a merda que os Corintianos fizeram em Oururo. Consoante nosso histórico nada amigável e nossa cultura de banditismo, como vc mesmo diz, ainda é bem enraizada dentro das nossas torcidas organizadas não podemos simplesmente esperar que adotar o "talibã tricolor" tenha somente a intenção de dar um choque de animo e postura no time, e se realmente a idéia for só mesmo essa, já sabemos também que o inferno está lotado de gente de boa intenção. Enfim eu vi essa mesma torcida pegar o time no colo em 2009 e nos tirar das desgraças do rebaixamento, e criamos o time de guerreiros, um emblema que até hoje nas horas críticas a torcida invoca e os jogadores respondem em campo. Portanto não vejo nem necessidade da criação de um outro "emblema" um outro "bordão" pro nosso time, ao contrário , deveríamos resgatar a alma do time de guerreiros que fomos em 2009.
    Um abraço, parabéns pelo post!

    Renan Rodrigues

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