terça-feira, 14 de maio de 2013

A Lista de Scolari...




Sou obrigado a confessar que errei. Acreditei que Felipão pudesse por os pés pelas mãos e acabar fazendo uma grande besteira em sua lista de convocações. Negando inclusive o seu espírito de... Felipão!

Sim amigos, já cansei de declarar aqui mesmo, que não sou nem nunca fui fã ou admirador de Scolari. Muito pelo contrário, sou seu crítico de longa data, mas sei reconhecer alguns de seus méritos e suas características. Umas das verdades incontestáveis é que Felipão é um cara muito vencedor ou surpreendente em torneios eliminatórios e de tiro curto. Essa característica provavelmente colocou seu nome no topo da lista de escolhas, seu histórico copeiro e com times limitados é absolutamente incontestável. Ainda assim, já havia vindo aqui, neste mesmo tambor, tocar minha ciranda pedindo que nosso treinador fosse fiel às suas piores convicções, parece-me, que pelo menos no que diz respeito aos convocados para a Copa das Confederações, o velho Felipão está voltando.

Dos vinte e três jogadores convocados, eu só trocaria três nomes, sendo que compreendo sua decisão em dois deles. Vou explicar por partes, mas antes de qualquer coisa, acredito que Felipão tenha deixado Kaká e Ronaldinho de fora por razões distintas e também por um motivo em comum.
Creio que Felipão queira testar um grupo jovem, ver como cada um reage ao padrão de cobrança da Seleção, principalmente em casa. Levando Ronaldinho Gaúcho e/ou Kaká, a cobrança em relação ao rendimento de Oscar, Lucas e Neymar, reduziria em pelo menos 50%, já que seria de responsabilidade dos medalhões, segurar um pouco a onda da pressão. Mais do que isso, creio que na cabeça de Felipão, os dois estarão prontos para ir ao Mundial, caso ele sinta essa necessidade.

Além do motivo comum, acho que Felipão não levou Kaká, pois acredita que seria complicado mantê-lo no banco e recuperar sua forma física e técnica em pouco tempo. Eu inclusive levaria o jogador, não sei se no lugar de Bernard, Jadson ou levando um volante a menos, mas consigo ver lógica na ausência dele.
No caso de Ronaldinho, me parece ter acontecido algum pequeno deslize disciplinar em uma das convocações e essa foi uma forma de punir o jovem senhor, de 33 anos que até hoje não cresceu. Grande novidade. O caso de Ronaldinho, inclusive parece ser análogo ao caso de outro jogador que constaria em minha lista, o Ramires. Li em diversos veículos que o pequeno Cirilo, também acabou pisando na bola em uma das convocações, o que acaba tornando sua não convocação compreensível.

Meu último caso de discordância vem no gol. Em relação a essa escolha, não consigo notar muita lógica. Concordo com dois dos três goleiros convocados. Minha lista era composta por J. Cesár, Diego Alves e Jefferson. Ainda que minha lista pudesse ser esquisita, poderia achar compreensível a convocação de Cavalieri no lugar de Jefferson, embora ache Jefferson um tanto melhor que Cavalieri, via uma disputa dos dois pela posição de terceiro goleiro. Sendo assim, não consegui entender o critério. Além disso, ele acaba deixando um jovem goleiro de fora, levando três goleiros que já passaram da casa dos 30. Não entendi mesmo.

Por fim, acabei gostando muito da convocação de Felipão. Resta saber apenas em que esquema ele jogará. Minha seleção seria essa: JC; Jean, T. Silva, Dante e Marcelo; David Luiz, Paulinho e Oscar; Lucas, Neymar e Fred (4-3-3) ou JC; Jean, T. Silva, Dante e Marcelo; David Luiz, Paulinho, Hernanes e Oscar; Neymar (ou Lucas) e Fred (4-4-2).

Até!

Birite: Brahma Extra – Uma boa pra combinar com a seleção brasileira.

domingo, 5 de maio de 2013

Tricolores e Talibãs




Esse burburinho causado por conta desse movimento “Talibã Tricolor” fez com que outros escribas, a maior parte deles muito mais nobre que este plebeu que vos escreve, fossem as suas páginas registrar suas opiniões. Eu tentei evitar, mas os tipos de opiniões são tão diferentes, que fui obrigado a vir dar a minha.

O torcedor faz o que quer e não acho que devamos criminalizar o movimento somente por causa do nome escolhido. Um suposto banditismo acaba sempre caindo bem quando o assunto é torcer.
O raciocínio é simples, acho que ninguém que tenha ido a um estádio uma vez na vida deve ter visto bandeiras dos Ursinhos Carinhosos, Backyardigans, Gandhi ou Peixonauta. Quem foi, sabe que o caminho é o contrário e que as bandeiras costumam ser povoadas por outros tipos de personagens não muito amistosos, não reconhecidos por sua doçura e seu histórico pacifista. Acho que não ficaria legal, por mais que a brincadeira entre as torcidas rivais, que o movimento se chamasse Jean Wyllys Tricolor, ou algo do gênero.

Meu único problema em relação ao movimento vem seguido de uma impressão, que pode ser negativa ou positiva. Essa campanha surgiu, pois, supostamente, a torcida tricolor se revoltou contra o “assalto” sofrido no Equador, diante do Emelec. O próprio Abel foi bastante lúcido ao descartar esse clima de roubalheira.

Caso esse sentimento de assalto tenha sido verdadeiro, realmente eu não entendo a torcida de Laranjeiras e acho que eles realmente merecem uma péssima campanha, pois tapam o Sol com peneira e preferem culpar qualquer coisa e ver boa atuação onde não existe a encarar os fatos e notar que apesar da penalidade ser discutível (principalmente por conta da ingenuidade ou estupidez de Carlinhos), o Fluminense não jogou absolutamente NADA esse ano! Quem já leu meu post sobre a caminhada tricolor na Libertadores desse ano, sabe que o time vem produzindo muito menos do que poderia (assim como o Grêmio).

O que prefiro acreditar, partindo da suposição de que seus torcedores não são cegos, é que o controverso movimento surgiu porque alguns dos torcedores perceberam que para partir em busca de uma final, principalmente pelas facilidades do chaveamento, é preciso que o time passe a ter ao menos o espírito da competição. Afinal, quem acompanha o Fluminense esse ano, tem uma clara impressão de que falta vontade ao grupo. Sendo assim, a estratégia seria acertada, ver se com a volta da vontade, o futebol vem a reboque. Parece que a torcida realmente deseja que o time pare de transformar confrontos fáceis em jogos dramáticos ou que jogue contra esses clubes “carne assada” com a disposição de quem encara um jogo épico. Espero que realmente a idéia seja essa.

A postura da diretoria é até certo ponto louvável, descartar esse clima de revanche e que incentive ao comportamento violento é o correto, principalmente por parte da Instituição. Esse tipo de movimento é coisa de torcedor. Parece-me, que os dirigentes também não viram tanto assalto assim e compreendem que o trabalho precisa ser feito dentro de campo.
Quanto aos jogadores, é importante lembrar que ao entrar na pilha a cobrança a respeito da vontade e da disposição de cada um, será ainda maior. Caso um revés aconteça, algo em que eu não acredito nem um pouco, não caberá a justificativa por um pênalti mal marcado.

Acho que o mundo precisa de menos frescura! Espero que os torcedores tricolores estejam sendo brilhantes ao invés de retardados.

ABS!

Birite: Chicago Blues – Cerveja torrada, muito encorpada, com uma espuma excelente!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Voa Cachirola, Voa!




Quanto mais procuro ler sobre a Copa, os novos estádios e todos os acontecimentos que orbitam em volta do evento, maior é o número de pessoas que reclamam e maldizem a todo e qualquer custo à modernização dos estádios e todas as regras que se seguem, junto com o caderno de encargos e compromissos entregue pela Fifa ao nosso país.

Acho que é importante destacar que as normas de segurança e comportamento da Fifa, valerão para os eventos da Fifa e que, muito provavelmente, após a Copa do Mundo, poderemos voltar a assistir jogos em meios as baterias e charangas, de pé e sem ter que respeitar lugares marcados. Justo! Acho tudo isso justo! É o nosso jeito de torcer e isso deverá voltar, assim como (espero eu), as redes do Maracanã.

Mas existem coisas que são mais interessantes em meio a tanta pedrada. É curioso perceber que a maior parte das pessoas que esbraveja e amaldiçoa todas as mudanças e modernizações geradas pela nossa “Copa da Discórdia”, insistem em dizer que é um absurdo querermos imitar a Europa, que não valorizamos nossa cultura e não respeitamos nosso passado. Até considero argumentos válidos, embora particularmente, eu não veja o menor problema em copiar o que há de bom do resto do mundo e aplicar aqui, mesmo que com nossas adaptações.

Parece que só não observaram que a nossa mania não consiste em imitar somente o que parece bom. Imitamos de graça, imitamos por pura e simples falta de personalidade. Acho curioso que imitar um modelo de gestão, um estilo de jogo, um formato de treinamento e quaisquer coisas que possam ser consideradas como avanços, sejam vistas por tantos rancorosos como um retrocesso. E este mesmo “pessoal” não consegue ou não tem coragem de admitir que é ainda pior imitar pelo simples processo cultural da cópia malfeita. Esses detratores da modernidade acham a Cachirola algo louvável! Como se o patético (porém simpático) instrumento não fosse uma cópia de Vuvuzela sul-africana.

Parece que a Cachirola é uma espécie de tentativa de resgate daquilo que nem tem ligação com futebol. Só esqueceram que a “nova” Fonte Nova, tão bonita e tão “importada”, trouxe ao público o conforto e a segurança que qualquer um pode notar, mas alguns devem preferir as antigas ruínas. Só esqueceram que junto com a cópia da modernidade e a cópia ridícula da Cachirola, não conseguimos copiar bom comportamento e o mínimo de educação. Será que estamos realmente preparados para não precisar de fosso, polícia, alambrado etc?

Talvez os “inimigos da modernidade” prefiram os velhos estádios, abarrotados de gente, sem a menor segurança e com a torcida separada do campo e do time por um fosso, um alambrado e uma tropa de choque. É melhor deixar o nosso futebol selvagem. Difícil é querer civilizar nosso povo. Bem mais fácil deixar tudo velho.

P.S.: Não consegui saber se é Caxirola ou Cachirola. Achei diversos sites e cada um escolheu uma forma. Eu preferi a segunda.

Birite: THEREZÓPOLIS RUBINE - EXCELENTE!